----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Rede de Restaurantes Kharina recicla 100% dos seus resíduos


Empresa foi certificada com o selo Ehco Lixo Útil pelo Instituto Ambiental do Paraná e pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Curitiba, 30/05/2012 – Uma atitude premiada. A Rede de Restaurantes Kharina, presente em Curitiba há mais de 36 anos, é a primeira e única do estado a receber o selo Ehco Lixo Útil, certificação concedida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. A certificação reconhece empresas ambientalmente responsáveis que se adéquam aos critérios e níveis estipulados pelas duas instituições, na preservação ambiental e reciclagem correta dos resíduos. Desde maio de 2010, o grupo destina 100% do seu lixo para fins ecologicamente sustentáveis.



“Inicialmente, estávamos preocupados e interessados em encontrar um meio de colaborar com a nossa cidade na questão dos resíduos. Na época em que conquistamos o selo, o Aterro da Caximba estava em uma situação extremamente precária, não suportando o volume diário recebido, deixando todos os moradores e vizinhos preocupados. Uma empresa especializada nos ajudou a traçar os melhores meios de gerar lixo zero para Curitiba”, explica Kharina Cury Abreu, uma das sócias da Rede.

Os Restaurantes Kharina contam com um programa de Gestão de Resíduos Sólidos, referência em sustentabilidade. Os detritos orgânicos e recicláveis não são enviados para os aterros sanitários, contribuindo desta forma para a diminuição de um dos principais problemas ecológicos: os “lixões”. Devido ao processo diferenciado, tudo é reciclado ou reaproveitado, desde os materiais como vidros, plásticos, latas de alumínio, papel e papelão, até os orgânicos, como os restos de alimentos, que se transformam em adubo ou ração animal. Destaque para a utilização de materiais que geram menos impacto ambiental e para o investimento na reciclagem total dos itens de papelaria.

“Acreditamos que a educação ambiental dos nossos colaboradores também é tarefa integrante deste selo. Aqui, nós evidenciamos para todos, por meio de treinamentos, a importância do uso adequado de materiais e da administração correta dos estoques, evitando o desperdício de alimentos ", conta. A preocupação da empresa com o meio ambiente reflete também na escolha de produtos biodegradáveis e na adoção de medidas mais saudáveis e ecologicamente corretas na concepção do cardápio, como a substituição do óleo convencional nas frituras pela gordura de palma, de origem vegetal e menos prejudicial ao organismo humano.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ecofit promove Eco Olimpíadas 2012


Para entrar no clima das Olimpíadas 2012, que acontece em Londres, a partir de 27 de julho, a Ecofit única academia ecológica do Brasil, promove de 18 de junho até 31 de julho, a Eco Olimpíadas. Competição que vai premiar os alunos que mais participarem das atividades convencionais da academia e também desenvolvidas exclusivamente para os jogos, como campeonato de supino, campeonato de agachamento, pula corda, equilíbrio na bola, esportes com raquete, peteca, ginástica artística, entre outras.

Os alunos receberão pontuação trazendo amigos para participar das aulas especiais. Outra forma de acumular pontos é trazendo as duas últimas contas de luz. Se o valor da segunda, for menor que o da primeira, o aluno ganhará pontuação especial.

Os inscritos recebem ainda uma cartela que será carimbada com 1 ponto nas aulas normais e dez pontos nas aulas olímpicas. A contagem de pontos acontece a partir do dia 6 de agosto e a classificação será definida no dia 10 de agosto. Haverá cerimônia de premiação para as 20 pessoas que mais pontuarem, com data ainda não definida.

Serviço:


Eco Olimpíada
Data: 18 de junho até 31 de julho
Local: Ecofit – Rua Cerro Corá, 580 – Alto de Pinheiros
Informações: www.germinarecomunicacao.com.br




sexta-feira, 25 de maio de 2012

Editorial da edição 28 - Rio + 20

Rio+20: Um novo evento para debater problemas antigos

Mais uma vez, organizações nacionais e internacionais estão se mobilizando para um evento internacional de debates sobre questões ligadas à sustentabilidade: a conferência da ONU Rio+20, que acontece no Rio de Janeiro no mês de junho.Temas relacionados ao meio ambiente, a emissão de poluentes, aos desequilíbrios ambientais e as injustiças sociais são apenas alguns dos fatores que entram na pauta das discussões. Será que teremos algum avanço desta vez?

É disso que tratamos nesta edição em nossa matéria de capa: Economia verde para um novo modelo de desenvolvimento. Um ponto crucial na questão da sustentabilidade é que, hoje, o tema faz parte do dia a dia das corporações e dos consumidores, considerando que, até a década de 1990, o tema estava mais limitado às organizações do terceiro setor e às instituições governamentais. Dessa forma, os fatores produção e consumo definitivamente fazem parte do conceito e começa a surgir uma grande barreira para os avanços socioambientais, uma barreira, talvez, intransponível. O atual modelo de produção e consumo tem, de um lado, os grandes produtores desejando, cada vez mais, expandir seu negócio com aumento de produção e, do outro, o consumidor que tem os seus anseios de adquirir produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades. Geralmente, esses agentes (produtores e consumidores) têm uma visão limitada do processo, acreditando até que sua forma de produção ou de consumo não afeta "tanto assim" os fatores socioambientais. Podem até mesmo acreditar que há agentes bem mais impactantes no processo. Assim, nesses cenários sem identificação muito clara dos responsáveis ou de políticas públicas e da iniciativa privada, continuamos o debate sem muitas novidades. Salienta-se que o atual modelo de produção e consumo é incompatível com o conceito de sustentabilidade: ou repensamos a forma de produzir e consumir ou mudamos o conceito de sustentabilidade e afirmamos que está tudo sob controle. Em se tratando da Rio + 20, vale a pena participar de um evento dessa magnitude? As possíveis soluções, ou melhor, as possíveis proposições trarão resultados práticos? Nossa sociedade precisa de ações concretas, pois o "papo" conceitual de salvar o planeta já caiu por terra.

Além desse assunto, oferecemos ao leitor um caderno especial com uma matéria sobre a soja, principal cultura agrícola brasileira, e outros conteúdos importantes, como o projeto de energia solar desenvolvido pela empresa Solbravo S/A. Na editoria Visão Sustentável, trazemos o software da Interact que monitora ações de sustentabilidade corporativa.

Boa Leitura!
Pedro Salanek Filho

===========================================
Matérias:
Entrevista: Humberto Cabral (Embafort)
Matéria de Capa: Rio+20 - Economia Verde
Caderno Especial: Soja tem gestão ambiental personalizada
Visão Sustentável: Software de Gestão corporativa promove autossustentabilidade
Responsabilidade Social: Responsabilidade empresarial com futuro
Tecnologia e Sustentabilidade: Energia solar: um sonho de consumo (Solbravo S/A)
Desenvolvimento Local: A sustentabilidade como profissão


Artigos:
Ivan Dutra: Subsídios do goveno brasileiro
Jeronimo Mendes: Aprendendo com a crise
Marco Zarpelon: Sustentabilidade na Construção Civil


===========================================


Seja assinante da Geração Sustentável e ganhe o livro Eco Sustentabilidade
A revista Geração Sustentável faz uma promoção especial para você leitor que busca novos conhecimentos sobre o tema sustentabilidade corporativa.

Fazendo uma assinatura anual (R$ 59,90) da revista você ganha o livro “ECO SUSTENTABILIDADE: Dicas para tornar você e sua empresa sustentável” do consultor Evandro Razzoto.

Aproveite essa oportunidade e faça agora mesmo a sua assinatura!

*Promoção por tempo limitado

Desafios dos Projetos em Sustentabilidade Corporativa

Como diz um amigo meu ‘estamos em um momento pragmático’ quando se fala em sobrevivência envolvendo as dimensões, inclusive o modelo do ´tripé da Sustentabilidade´.


Os valores do consumidor mudam. Empresas que não oferecem negócios ou produtos sustentáveis, com ações como o Marketing Responsável ou ações em 3.0 tenderão a perder mercado.

SUSTENTABILIDADE NÃO É MODISMO, É QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA.

E quando se trata de ações corporativas, onde o retorno financeiro é uma prioridade constante, como engajar um tema que para muitos ainda é visto com conceitos equivocados?

Alguns acham que são ações sociais com base no assistencialismo, preocupações ambientais onde o desenvolvimento econômico e até pessoal é nocivo, poucas preocupações com o fator humano de seus colaboradores e outras desinformações.

Um das saídas é através da EDUCAÇÃO, por meio da sensibilização e conscientização do corpo diretivo das empresas, da alta gestão.

O desafio é levar informações aos dirigentes e os executivos sobre a importância da aplicação de práticas, de forma permanente, no seu setor ou segmento inserindo o Planejamento Estratégico da Sustentabilidade em seu Planejamento Estratégico Geral, assim como outras áreas como Marketing, Financeiro, RH, Comercial e outras.

Especialistas apontam que para que para ser sustentável, ser usar estratégias de ´greenwashing´, e para que estejam sempre a frente no mercado é preciso que a empresa esteja ligada às escolhas do consumidor.

A SUSTENTABILIDADE DEVE FAZER PARTE ESTRATÉGICA DAS EMPRESAS, E PARTE DA VIDA DAS PESSOAS.


• A empresa deve ainda desenvolver modelos estratégicos de abordagens, de modo a caracterizar a visão da instituição sobre o tema junto aos ambientes internos e externos em que atua.

• Envolver, também, através desta visão, os colaboradores, parceiros, ou seja, o corpo funcional.

• Caracterizar estas práticas, de modo a valorizar a imagem institucional – MARCA ou ‘ branding’, em relação aos seus “multistakeholders”, em todos os níveis.

• Envolver empresas associadas, parceiras e fornecedoras, incentivando-as, a partir do tema Sustentabilidade, à prática da pesquisa, desenvolvimento de projetos e de novos conhecimentos, análises de competências, exercício da cidadania, da liderança, reconhecimento de valores éticos, percepção social, comunitária e solidária, entre outras.

Há diversos casos, com estas ações a serem citados, não somente das grandes corporações nacionais ou estrangeiras, como de micros, pequenos e médios empresários, já com esta conscientização e preocupação em temas diversos que envolvem ações Sustentáveis como a Educação Financeira, Educação ao Consumo, Educação Socioambiental, Educação para Saúde e Bem-estar, ou resumindo: se educaram e comunicam, dialogam e incentivam a EDUCAR.

Val Sátiro – Diretora Executiva e Empreendedora do Portal para Educação e Soluções na Sustentabilidade SEU MUNDO SUSTENTÁVEL - www.seumundosustentavel.com.br (neste artigo, citamos parte de estudos e pesquisas de fontes como: www.damicos.com.br , www.metarh.com.br e www.agenciadesustentabilidade.com.br )


RECICLAÇÃO.EXPOMAI APRESENTA CURSOS E PALESTRAS TÉCNICAS



Durante o evento, os interessados poderão participar de cursos e palestras técnicas, com foco em meio ambiente industrial e reciclagem.

De 27 a 30 de junho, ocorre a sétima edição da ReciclAção.Expomai – Feira de Fornecedores para o Meio Ambiente Industrial e Reciclagem, o eixo norteador será focado no quadrinômio educação, consciência, negócios e desenvolvimento.

O evento contará com várias empresas expositoras, com práticas mais diversas, como equipamentos para reciclagem, gestão e destinação de resíduos, aproveitamento de óleo de cozinha, utilização de garrafas PET em diversos materiais, consultoria ambiental, serviços de laboratório, entre outras.

Os expositores somaram um conjunto com os grandes especialistas no segmento, e complementando os exemplos de práticas de reciclagem, ocorrerão os eventos simultâneos com cursos e palestras para o público interessado.

Confira algumas das novidades já confirmadas:

Curso

Nos dias 28 e 29 de junho, será ministrado o treinamento PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

A capacitação será feita pela empresa D & G, que atua na área de Licenciamentos Ambientais, Auditorias e Perícias Ambientais, Análises Físico-Química, Gerenciamento de Resíduos, Elaboração de PGRS, PGRCC, PGRSS, PCA, entre outros.

Com profissionais com 6 anos de atuação, atuando na área ambiental, com ampla experiência na elaboração e orientação das obrigações impostas pela lei 12.305/2010. Que instituiu a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos no país. Adicionalmente, será apresentada demais legislações, Federais, Estaduais, Municipais, bem como Resoluções e NBR´s relativas ao referido curso.

Seminários

O SENAI estará realizando seminário dia 28 de junho de 2012 das 14h às 18h onde haverá participação da área de conhecimento em Saneamento e Meio Ambiente da unidade SENAI Cidade Industrial, além de Palestras técnicas: Funcionamento de Biodigestores de Resíduos Sólidos - Técnico de ensino: MsC. Felipe Cury Mazza; Métodos de Compostagem Doméstica - Técnica de ensino: MsC. Juliene Paiva Flores, e Alternativas para o Pós Tratamento de Efluentes Industriais - Técnico de ensino: MsC. Rodrigo Augusto Franco de Oliveira Zawadzki.

O SENAI-PR estará presente na Feira ReciclAção com um stand que contará com informações sobre as ações de prestação de serviços realizadas, como no setor laboratorial, bem como, informações sobre os serviços de consultoria ambiental e trará ainda informações relevantes sobre os diversos cursos da área oferecidos como cursos técnicos, graduação, pós graduação e mestrado.

UFPR apresenta o sistema MAPA VERDE

A UFPR apresentará no encontro o Sistema de Mapas Verdes. A professora do Grupo de Pesquisa em Ciência, Informação e Tecnologia Dra. Engenheira Maria do Carmo Duarte Freitas do Departamento de Ciência e Gestão da Informação da Pós-Graduação em Engenharia de Produção, explica que o Sistema de Mapas Verdes é a metodologia de intervenção para o incentivo e divulgação de práticas de sustentabilidade.

Chamado de GreenMap, o sistema originou da disseminação de informações oriundas da comunidade, sobre o ambiente que a envolve, o emprego de mídias e tecnologias para esse fim.

Ciclo de Palestras das Empresas Expositoras

Além dessas capacitações, haverá espaço para empresas expositoras, que podem indicar profissionais para realizarem palestras com temas de interesse do expositor voltado para seu público alvo.

No dia 28 de junho, às 19h, ocorrerá à palestra “Aproveitamento de Água de Chuva – Uso Racional da Água” oferecida pela ECORACIONAL e TEKENGE ENGENHARIA empresa expositora que trabalham com o aproveitamento de águas de chuva desde 2003.

Os participantes da Feira poderão atualizar-se e conhecer mais sobre esse sistema com enfoque às leis e resoluções vigentes pelo Brasil; problemas evitados com a captação de água de chuva; benefícios econômicos e ecológicos; principal benefício ecológico; norma 15.527/2007; formas de instalação e equipamentos; além de apresentação de cases.

Exposição

Participar como expositor da ReciclAção.Expomai 2012 é colocar sua empresa em evidência junto a um público profissional, interessado e consumidor do segmento ambiental.

Participe

Para confirmar sua participação como expositor ou inscrição no curso, entre em contato com a organização através do fone: (41)3203-1189 ou E-mail: montebello@montebelloeventos.com.br.

A ReciclAção.Expomai 2012 é uma realização da Montebello Eventos com o Patrocínio da Ambisol Soluções Ambientais, e apoio de realização do SENAI PR, AEAPR-Curitiba, FEAP, SIMPEP, CREA PR, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba - SMMA e outras instituições atuantes no setor ambiental e de reciclagem.



quinta-feira, 24 de maio de 2012

Avião movido a energia solar faz primeiro voo intercontinental


Aeronave foi desenvolvida com a expertise técnica, polímeros de alta tecnologia
e materiais leves de armazenamento de energia da Bayer MaterialScience, parceira oficial do projeto.

São Paulo, 24 de maio de 2012 – O Solar Impulse, avião movido a energia solar, faz um voo histórico. Hoje a aeronave deu início a sua primeira viagem intercontinental, em trajeto entre a Europa e a África. Esta é a segunda experiência do Solar Impulse e o mais longo voo também. Em 2011, a aeronave realizou voo teste da Suíça para França e Bélgica.

Desta vez, a aeronave decolou da Suíça rumo ao Marrocos, em trecho de 2.500 km, sobrevoando os Montes Pirineus e o Mar Mediterrâneo. Todo o trajeto será realizado em 48 horas. Para percorrer grandes distâncias sem o uso de combustíveis fosseis, o Solar Impulse conta com a expertise técnica, polímeros de alta tecnologia e materiais leves de armazenamento de energia da Bayer MaterialScience, parceira oficial do projeto.

Neste novo desafio, os criadores do projeto, Bertrand Piccard e André Borschberg, farão turnos diferentes para pilotar a aeronave, que fará escala em Madri, na Espanha. O voo para Marrocos e a escala na capital espanhola servirão também como experiência para os controladores da missão, que poderão testar e adequar o Solar Impulse aos padrões internacionais de tráfego aéreo e logística de manutenção.

A nova viagem do Solar Impulse vai coincidir com o início das obras de construção da maior usina de energia solar já vista no mundo, na região de Ouarzazate, no Marrocos. A Agência Marroquina para Energia Solar (em ingles, MASEN), que recepcionará os pilotos do Solar Impulse no país, lidera a implantação de um Plano Solar Integrado Marroquino, que deve gerar, em 2020, um total de 2.000 MW e evitar a emissão de 3.7 milhões de toneladas de CO2. “Estamos encantados pela visão deste projeto pioneiro, que claramente demonstra que as tecnologias limpas que estamos promovendo com o Solar Impulse também podem ser utilizadas em nossa rotina diária”, afirma Bertrand Piccard.

Parceria Bayer MaterialScience

A Bayer MaterialScience, divisão de Materiais Inovadores da Bayer, tornou-se parceira oficial do projeto suíço Solar Impulse em 2010. Desde então, mais de duas dúzias de pesquisadores tem trabalhado nos laboratórios da empresa em Leverkusen, Dormagen e Krefeld-Uerdingen, em ideias para reduzir o peso das estruturas e de armazenamento de energia. As soluções são aplicadas, por exemplo, em parte da estrutura do cockpit, asas e propulsores.

Patrick Thomas, presidente mundial da Bayer MaterialScience, acredita que o projeto reflete a missão da Bayer “Science For A Bettler Life” (em português, Ciência para uma Vida Melhor): “O Solar Impulse é um grande desafio, em particular no que se refere ao desenvolvimento de materiais mais leves. Por meio do uso de componentes inovadores, podemos ajudar a encontrar soluções para o uso da energia limpa como também para otimizar sua eficiência”.



terça-feira, 15 de maio de 2012

Martin Sander – Aves da Antártida



Por Fernando Rebouças

Pesquisar diferentes espécies de aves de regiões florestais e polares é um trabalho árduo, principalmente, quando compreendemos as distâncias geográficas e a diversidade envolvida. Persistência e dedicação são valores sempre presentes nos trabalhos de Martin Sander, biólogo com especialização em Zoologia pela PUC-RS, com intensa dedicação em pesquisas na área da ornitologia. Nesta entrevista, o pesquisador relata sobre suas experiências e conhecimentos a respeito das aves da Antártida, um ecossistema ainda distante de nosso entendimento.

1 – Martin Sander, você é professor e pesquisador na Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos). De onde surgiu seu interesse pela biologia e zoologia?

O interesse pela natureza, surgiu desde a infância e em parte incentivado pelo meu pai. Ele amava os animais e sempre quando possível “acampava” com a família nos finais de semana na beira de um rio ou lago. Pelo caminho sempre observávamos algum animal. Depois, na escola este interesse foi sendo orientado pelos professores de ciências e biologia. Durante a Universidade, as atividades em campo para mim foram as melhores, pois naqueles momentos vivenciávamos a natureza em tempo real, com o envolvimento de professores comprometidos com o ensino e a pesquisa.

2 – Em sua universidade você percebe o mesmo interesse nos jovens estudantes?

Minha vida acadêmica, como professor, sempre foi em uma mesma instituição, mas participei como visitantes em muitas outras universidades no Brasil e outros países. Nestes trinta anos na área, dá para perceber que o perfil do aluno varia e que nem sempre é o mesmo. Mas de maneira geral, os alunos da área da biologia são pessoas com características próprias: gostam da natureza, animais e plantas, em especial para conservação das diversas formas de vida e do ambiente.

Os estudantes de hoje mantém estas mesmas características e encontram uma biologia ainda descritiva, mas acrescida de alta tecnologia, seja em equipamentos ou processos.

3 – Nos últimos anos, você tem exercido pesquisas sobre as aves da Antártida. Em 2003, você participou da Operação Antártica Brasileira XXII, qual o nível de pesquisa e monitoramento você e sua equipe de estudantes realizaram nessa operação?

Meu envolvimento com a Antártica iniciou no final da minha formação universitária. Quando comecei estudar aves de praia e marinhas, um dos meus professores, Dr. Helmut Sick, sabendo do meu interesse, escreveu em uma carta que deveria conhecer o lugar de origem destas aves, pois no nosso Estado a maioria era visitante ocasional.

Nossa atividade na Antártica se movimentou em temas, logo no início era mais de exploração e obter conhecimento da região; depois foi de atender questões internacionais com um grupo de especialistas de aves e estudar os movimentos das aves antárticas que atingiam a costa litorânea do Brasil. Tudo isto entre as décadas 80 e parte de 90. Em 2000 em diante as atividades foram centradas em monitoramento ambiental em especial na Baia do Almirantado, onde está a Estação Brasileira, e em comparar as variações populacionais de aves atuais com aqueles registros do passado.

Atualmente, eu não participo mais de atividade em campo na Antártica, mas continuo a atividade com fornecimento de dados, publicações, orientação de estudantes e palestras. Como temos mais de 20 mil aves marcadas com anéis especiais e a longevidade das aves nos pólos é grande, ainda recebemos informações destas aves que interagem e se dispersam pelos oceanos.

Acho que além dos estudos que estão sendo realizados atualmente, e em áreas já bem conhecidas, deveriam surgir novas tentativas de estudos e pesquisas em localidades pouco investigadas ou desconhecidas pelo homem na Antártica. Isto com certeza seria inovador.

4 – Sabemos que, além de pinguins, a Antártida apresenta outras espécies de aves como o biguá-antártico. Dentre as espécies que você estudou, quais você poderia destacar?

Na Antártica encontramos aves residentes e visitantes. As residentes são aquelas que fazem ninho e tem seus filhotes na região e as visitantes são aquelas que nidificam em outras áreas, mas aparecem eventualmente na Antártica, em especial nos verões quentes.

As aves que nidificam na Antártica ou residentes podem ser divididas em dois grupos: as que voam e aves que não voam. Os não voadores, são os pinguins e os voadores são pardelas, biguás, gaivotas, trinta-reis, gaivotas rapineiras e a pomba-antártica. Temos cerca de15 espécies de aves que nidificam na região Antártica.

Os maiores agrupamentos são dos pinguins que fazem ninhos em grandes conjuntos. Alguns agrupamentos ultrapassam as centenas e chegam a quase um milhão de individuas. Outros fazem ninhos isolados, como as gaivotas-rapineiras ou skuas.

Desta diversidade, duas espécies chamaram a minha atenção, o pardelão-gigante e a alma de mestre. Ambos atingem a costa do Brasil, em especial no nosso inverno, quando a Antártica fica coberta de neve e gelo. O pardelão é uma ave de grande porte com cerca de 2 metros de envergadura e a alma-de-mestre é pequena. O pardelão-gigante faz ninhos em elevações e forma agrupamentos e as almas-de-mestre nidificam entre as pedras, em tocas. Estas tocas muitas vezes ficam tapadas com neve e nas semanas de tempestade, isolando seus filhotes. Com verões com muito frio e neve, muitos filhotes morrem e permanecem por anos mumificados em suas tocas, pois a Antártica é muito seca e isto facilita a desidratação do corpo e consequentemente a sua preservação.

O que mais me chamou a atenção são a imensidão e a fragilidade do ecossistema. Baixa diversidade, mas uma relação extremamente intensa entre os organismos, em especial os terrestres. Quase todos dependem da produção da base da cadeia alimentar o pequeno camarão chamado de krill.

5 – Desde o dia 12 de setembro de 1983, o Brasil é membro consultivo do Tratado Antártico, na sua opinião, a presença brasileira no continente branco tem contribuído com as espécies de aves da região?

Já naquela época nosso trabalho participava do Grupo Internacional de Especialistas de Aves do SCAR. As contribuições eram em compartilhar dados técnicos obtidos em campo sobre a biologia e ecologia das espécies de interesse, além de participação ativa em eventos científicos e publicações de resultados em revistas de divulgação e científica.

O Brasil também se destaca em outras áreas temáticas da ciência na Antártica. Como temos influência direta, pois estamos perto geograficamente a Antártica, em especial nas questões climáticas e pela migração de aves da Antártica para o Brasil, existe a necessidade natural da nossa presença, além das questões de tecnologia e inovação. Temos motivos reais para participar do Tratado, pelas nossas questões naturais de relação.

6 – A Antártida está derretendo, a imagem que o mundo inteiro tem é a de pinguins passando fome e boiando em remotas ondas geladas. Qual a sua opinião a respeito do Aquecimento Global?

Esta afirmação não é bem correta. Algumas regiões da Antártica estão “derretendo”, mas em outras regiões da Antártica, a neve e gelo está aumentando. O problema para a as aves está no fato que se concentram na parte oeste da Antártica, região que está perdendo massas de gelo. Logo o ambiente nestas áreas está se alterando, lentamente e menos gelo ou congelamento dos oceanos, nos leva a menor produção de krill ... E partir daí qualquer vantagem ou desvantagem em uma teia alimentar sem muita opção nos leva ao problema de sobrevivência para algumas espécies. Na região oeste da Antártica em especial nas ilhas perto da península, se percebe que mudanças estão sendo registradas e em alguns casos ocorreu redução de aves e aumento de outras. Para manter o equilíbrio, as vantagens e desvantagens devem ser compensadas.

7 – O seu trabalho efetuado com as aves na Antártida produziu experiências para o trabalho com as nossas aves florestais no Brasil?

Diretamente com aves de florestas não, mas com aves de praia e as marinhas do Brasil existe relação verdadeira. Basta lembrar que aves do sul da América do Sul e Antártica atingem a nossa costa. Aqui se alimentam, interagem com as nossas espécies de aves e outros recursos naturais. Conhecer quais são as espécies, quantos e como interagem, quais as suas rotas, quando vem e quando voltam é tema de para conservação e até de segurança nacional, pois interação com recurso alimentar, seja na forma de consumo ou até de possibilidade de pandemias é muito importante para uma nação.

8 – Você também efetuou linha de pesquisa com aves florestais, relate essa experiência.

Minha formação se deu em parte com aves de floresta da Mata Atlântica. Aí aprendi a identificar, a fazer observações e marcações. Mas também em outros biomas do Brasil. O pampa, as praias e as imensas áreas úmidas. É importante ressaltar que aves praticamente ocorrem em qualquer parte do planeta e que o Brasil não é formado somente por florestas. Temos uma grande diversidade de formações e todas com as suas características. Somos ainda uma nação com muitas possibilidades de estudos e altamente carente em pesquisa e ensino ambiental.

9 – Além de exercer seus trabalhos acadêmicos, você escreveu sobre ciências para jornais e revistas. Qual temática esteve mais presente em seus textos?

Minhas publicações científicas na sua maioria foram sobre aves. Os temas abordados foram: alimentação, distribuição, população, ninhos, relações e conservação. Publiquei também na área de mamíferos com bugius e pinípedes além de outros temas.

Com finalidade de divulgação, meus temas sempre foram com aqueles divulgados em revistas especializadas, pois estas em geral são de difícil acesso, restritas a especialistas e muitas vezes em língua estrangeira. Portanto sempre achei que deveria também escrever de maneira menos complexa e mais simples para informar pessoas não especializadas das novidades e conhecimento da natureza. Alguns textos meus ou em parceria com colegas e ou jornalistas podem ser encontrados em revistas de divulgação, jornais de empresas, regionais ou nacionais. Até em revistas infantis como a Recreio, por exemplo.

10 – No Brasil, quando avaliamos a situação das aves endêmicas ou que majoritariamente vivem em nossos ecossistemas, na sua opinião, quais as principais ameaças que elas sofrem atualmente?


Todo animal endêmico tem limitações espaciais e de relação. Logo, qualquer alteração seja em espaço da sua distribuição ou de sua necessidade vital, são riscos para a espécie.

Como o uso ambiental pelo ser humano é intenso e efetuado de maneira desordenada e rápida, muitas espécies, não somente as aves são surpreendidas. Nosso conhecimento sobre natureza, diversidade e suas relações é mínimo e deveria ser anterior ao uso ambiental. Portanto, a situação é assustadora, em especial pela falta de conhecimento.

11- Você sente vontade de voltar para a Antártida? Qual a imagem mais inesquecível você tem do continente branco?

Não teria problemas em voltar a Antártica, mesmo em trabalho de campo ou até na posição mais cômoda em um belo navio de turismo. São regiões que devemos estar atentos às questões de logística, pois as condições ambientais são limitantes. Na realidade, a região continental não é para mim interessante em termos ornitológicos. Exceto aos pinguins Imperadores. Mas a parte da península, suas ilhas, região sub Antártica, essa sim esáa repleta de vida alada e outros.

O Continente branco é uma área “quase morta”. Estive somente uma vez acima do paralelo 70 ◦S, de imediato deu para sentir que as espécies se tornavam rara e as populações se reduziam.

12 – Envie seu recado final para seus leitores.

Todos são necessários na conservação da natureza e este papel também é de todos. A nossa qualidade de vida depende da relação harmônica entre o nosso viver e o ambiente. Não podemos valorizar uma espécie e destacar que nós humanos somos os mais importantes, mas sim respeitar todo e qualquer ser vivo. Bem como a água e o substrato, enfim, a Terra onde vivemos é nosso único lugar.

Os contatos do entrevistado:
sander@unisinos.br
Prof. Martin Sander
Área Saúde
Unisinos * (http:www.unisinos.br)






sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sustentabilidade é tema de debate entre vestibulandos



A conferência sobre desenvolvimento sustentável Rio+20, que acontece em junho, o debate sobre o novo código florestal e também o cumprimento das metas previstas no Protocolo de Kyoto, para este ano, são alguns exemplos de questões que devem ser cobradas nos principais vestibulares do País. Para esclarecer estes temas e ajudar os vestibulandos a planejarem os estudos, o Curso e Colégio Acesso vai promover o Encontro Cultural sobre Sustentabilidade, que acontece no próximo sábado, dia 5, em Curitiba (PR). O evento é aberto ao público e as vagas são limitadas.

Em formato de aulas compactas, o encontro será ministrado por uma equipe multidisciplinar formada por professores das diversas disciplinas que compõem as provas dos vestibulares, incluindo o estudo de obras literárias que tratam do tema meio ambiente. O evento deve reunir cerca de 900 estudantes no auditório Bento Mossurunga, do Colégio Estadual do Paraná.

De acordo com o organizador do evento, Ivo Lessa Filho, o Encontro Cultural tem o objetivo de elucidar as principais questões sobre o meio ambiente que estão sendo debatidas no momento e também auxiliar o estudante no planejamento dos estudos. "O tema Sustentabilidade é amplo, por isso, vamos utilizar a experiência do nosso corpo docente em vestibulares anteriores para dar dicas exclusivas para que os nossos alunos estejam preparados para as provas deste ano", explica.

Para o superintendente do Pré-vestibular do grupo Acesso, Pedro Adriano Brandalize, o Encontro Cultural também tem a função de conscientizar os jovens sobre os cuidados com o meio ambiente. "É a obrigação que nós educadores, responsáveis pela formação dos futuros cidadãos, temos com o nosso País, orientando e esclarecendo essa nova geração, que representa o futuro do nosso planeta", conclui.

Cada ingresso para o evento será trocado por dois litros de leite, que serão doados posteriormente para instituições de caridade de Curitiba. Mais informações e inscrições pelo telefone (41) 3016-2682.

Serviço
Encontro Cultural sobre Sustentabilidade - Curso e Colégio Acesso
Quando: dia 5 de maio (sábado), das 14 às 18h.
Onde: Auditório Bento Mossurunga - Colégio Estadual do Paraná - Av. João Gualberto, 250 - Alto da Glória - Curitiba - PR
Informações e inscrições: (41) 3016-2682

*Vagas limitadas
http://www.cursoacesso.com.br/