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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

I Forum Umweltschutz - Proteção e Cuidado com o Meio Ambiente


Unomarketing 2010




Sator e Report unem forças para potencializar o Unomarketing 2010
Objetivo é a geração de conhecimento e uma nova cultura de valores em comunicação


Nesta semana foi firmada parceria entre a Sator Eventos e a Report Comunicação para a realização da plataforma Unomarketing, um ambiente de referência para a formação e disseminação da comunicação consciente, de forma a instalar uma nova cultura de valores, construída a partir da troca de informações, experiências, cases e conteúdos.
“A expertise e abrangência da Report no mercado brasileiro fazem dela um pólo único de articulação e geração de conhecimento sobre os novos desafios da comunicação, o que contribuirá para a efetividade do Unomarketing”, explica Paula Faria, idealizadora do projeto e sócia-diretora da Sator, empresa de eventos com a vocação de desenvolver soluções empreendedoras, conscientes e transformadoras.
Para Álvaro Almeida, sócio-diretor da Report Comunicação, pioneira no Brasil na integração do conceito de sustentabilidade à comunicação corporativa, essa associação está alinhada com os valores de inovação, protagonismo e comprometimento da agência, em especial, com a causa da sustentabilidade. “Ao atuarmos em conjunto com a Sator, esperamos ampliar nossos horizontes como geradores de soluções que atendam aos atuais e futuros desafios de comunicação do mercado brasileiro”, afirmou ele.


Mais informações
Unomarketing é um seminário que visa ampliar a consciência dos profissionais de comunicação e marketing com relação ao papel que desempenham na promoção e estímulo das ações socioambientais adotadas pelas empresas. O Unomarketing propõe e valoriza novas ideias para garantir a transparência no processo comunicativo. Realizado pela primeira vez em junho 2009, o projeto resultou também no Portal Unomarketing com notícias, artigos e outros conteúdos relacionados à comunicação consciente.
Os participantes inscritos em agosto terão desconto de 8%. Também foram definidos os palestrantes e a programação do evento, que acontece nos dias 28 e 29 de setembro em São Paulo, na Fecomercio.
Dentre os palestrantes já confirmados estão nomes de peso como José Carlos Duarte (IBM), Ricardo Guimarães (Thymus), Ricardo Voltolini (Ideia Socioambiental), Percival Caropreso (Setor 2 ½), Koann Skrzyniarz (Sustainable Life Media), Fernando Rossetti (GIFE) e Miriam Chaves (Rádio Eldorado).
Para mais informações, acesse o portal: http://www.unomarketing.com.br/.

Serviço
Feira e Seminário Unomarketing - Comunicação Consciente
Data: 28 e 29 de setembro de 2010
Horário: das 9h às 19h
Local: Fecomercio (Rua Doutor Plínio Barreto, 285 - São Paulo – SP)
Contato para a imprensa: Tatiana Vieira - tatiana@sators.com.br

PRÁTICAS DE SUCESSO EM NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS

Conferência sobre práticas sustentáveis em negócios acontece dias 31 de agosto e 1º de setembro, em Londrina. As inscrições podem ser feitas no site http://www.bawb.org.br/

O que as empresas Tamarana Metais, de Tamarana; Joyful, de Curitiba, e Masisa, de Ponta Grossa, têm em comum? Todas possuem experiências inovadoras que transformam práticas sustentáveis em negócios. Os exemplos bem sucedidos serão apresentados dia 1º de setembro na Conferência BAWB (sigla em inglês para Empresas como Agentes em Benefício do Mundo) 2010, que acontece em Londrina.

Realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Sesi-PR e Unindus (universidade corporativa do Sistema Fiep), com o patrocínio do Sesi Nacional, a Conferência será a primeira de uma série, que acontecerão em todas as regiões do Brasil.

A Tamarana Metais mostrará o Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada (Prac), desenvolvido em conjunto com a Rondopar Energia Acumulada. A Tamarana atua como recicladora e a Rondopar, como fabricante das baterias resultantes do processo de reciclagem, as baterias do Prac. “É como se você comprasse o direito de ligar e desligar seu carro por um ano e meio. A energia não é sua. Eu a coloco no seu veículo, você paga, mas ela é nossa. Quando ela acaba, eu troco o equipamento descarregado por outro com energia e o processo continua”, esclarece o diretor-executivo do Prac, André Luis Saraiva.

Uma transportadora recolhe as baterias de empresas e fábricas e as leva para a Tamarana. Ao coletar, a transportadora já leva uma bateria nova. Dessa forma, é aproveitado o veículo, que recolhe as baterias usadas, uma forma encontrada para otimizar a utilização dos caminhões, que são voltados para este tipo de transporte.

“Unimos forças e desenvolvemos um projeto bom sucedido. Queremos mostrar para as pessoas e empresários este exemplo de comportamento ambiental e conscientizar sobre a importância da questão ambiental para o desenvolvimento dos negócios”, destaca o diretor-executivo.

Moda sustentável – A Joyful, empresa de confecção de Curitiba, desenvolveu em parceria com o Senai PR, o Malha Eco Chic, um projeto pioneiro no Brasil, que prevê a aplicação do conceito da sustentabilidade em todo o processo produtivo das peças da Joyful, desde o tipo de matéria-prima utilizada para a confecção das roupas até o ponto de venda. "A proposta é vender um estilo de vida sustentável", destaca o empresário Adilson Filipaki, da Joyful.

As peças são de tricot (malharia retilínea), camisaria e calças. "A coleção é composta por peças confeccionadas com tencel - uma fibra feita a partir da polpa de madeira, um recurso natural e renovável retirado de florestas cultivadas com manejo sustentável - e algodão orgânico", detalha o empresário. Para o tingimento das peças, é utilizado corante vegetal, extraído de cascas, galhos, frutos ou raízes oriundos de árvores ou arbustos como pau-brasil, acácia, pau campeche, urucum, entre outros.

Iniciado em 2007, quando foi aprovado no Edital Senai de Inovação, o projeto Malha Eco Chic tinha o propósito de desenvolver peças de roupas em malharia retilínea de modo sustentável e com estética contemporânea, além de buscar novas oportunidades de negócio para a indústria da moda.

"A inovação está na montagem da cadeia produtiva de modo sustentável", observa Annelise Vaine Castelli, consultora de moda do Senai e coordenadora do projeto. Segundo ela, a concorrência com os produtos chineses motivou o desenvolvimento do projeto. "A ideia é fugir da concorrência chinesa por preço e explorar um valor intangível, como a sustentabilidade", diz Annelise.

Gestão pelo Triplo Resultado - A gestão pelo Triplo Resultado, uma forma de gestão que avalia não apenas os resultados financeiros, mas também sociais e ambientais de cada decisão de negócios, será apresentada pela Masisa, de Ponta Grossa, fabricante de painéis para a indústria moveleira e arquitetura de interiores.

“É uma nova maneira de fazer negócios. Na Masisa, estamos certos de que uma gestão baseada nesses critérios nos permite ser mais competitivos e obter a preferência de nossos clientes, agregando valor à empresa”, afirma Jorge Hillmann, diretor geral da Masisa Brasil.

A conferência - A abertura da Conferência BAWB será terça-feira (31), com a palestra do professor do Departamento de Operações da FGV-EAESP, Moysés Simantob, que falará sobre como criar valor sustentável para os negócios. As atividades continuam durante todo o dia seguinte. O evento contece no Village Praça de Eventos (Rod. 165, Cambé).

As inscrições podem ser feitas no site http://www.bawb.org.br/.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Fomento à sustentabilidade no Rio Grande do Sul


Motivar a preservação da terra e das relações entre os indivíduos e o planeta são objetivos da Bionat Expo 2010 quer será realizada de 24 a 26 de setembro, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre - RS. A iniciativa envolverá produtores e consumidores em diferentes eventos com foco em sustentabilidade.

A terceira edição irá incluir mais atrativos do perfil econômico cultural do Rio Grande do Sul: o artesanato e a gastronomia. Uma intensa programação aguarda o público que poderá participar várias ações simultâneas: Feira de Produtos Orgânicos, Fitoterápicos e Plantas Bioativas; Mostra de Turismo Agroecológico e Rural; Espaço da Sustentabilidade Ambiental; e Espaço Bionat Gourmet. Na oportunidade, os três pilares básicos do desenvolvimentos sustentável - desenvolvimento econômico, proteção ambiental e equidade social – serão abordados em diferentes linguagens por meio de oficinas, paineis , seminários, exposições e apresentação de vídeos.

A Bionat Expo é voltada para agricultores, comerciantes, fornecedores, distribuidores, importadores, exportadores, cooperativas, institutos de pesquisa, ONGs, comunidades acadêmicas e demais interessados, reunindo representantes de diversos segmentos, desde fitomedicamentos até ecoturismo. Na edição passada, a BioNat Expo reuniu um público de cerca de seis mil pessoas.

A Bionat Expo é um empreendimento organizado numa coprodução com a Associação dos Professores Técnicos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Agptea) e Secretaria do Turismo do Rio Grande do Sul, com apoio e parceria de diversas entidades e organizações nacionais de relevância e prestígio.



Programa Prime

A Produtores sem Fronteiras, empresa realizadora da Bionat EXPO, foi selecionada para participar do Programa PRIME -Primeira Empresa Inovadora da FINEP/Ministério da Ciência e Tecnologia. O Programa incentiva empresas novas e inovadoras, o empreendedorismo e a geração de empregos. O Objetivo do PRIME é criar condições favoráveis para que um conjunto significativo de novas empresas de alto valor agregado possam consolidar com sucesso a fase inicial de desenvolvimento dos seus negócios.

Informações – http://www.bionatexpo.com.br/

Livro reúne o pensamento de 15 economistas sobre sustentabilidade

Desenvolvimento econômico ou conservação de recursos naturais? Para quem ainda acredita que os dois conceitos são antagônicos, o livro “O que os economistas pensam sobre sustentabilidade” dá a palavra a 15 dos principais economistas brasileiros.

O livro, que contou com o apoio da Report, é de autoria de nosso editor especial Ricardo Arnt. Ele entrevistou e organizou as opiniões de uma seleção brasileira da economia: Aloízio Mercadante, André Lara Resende, Antonio Delfim Netto, Edmar Bacha, Eduardo Gianetti, Gustavo Franco, José Eli da Veiga, José Roberto Mendonça de Barros, Luciano Coutinho, Luiz Carlos Bresser Pereira, Luiz Gonzaga Beluzzo, Mailson da Nóbrega, Pérsio Arida, Ricardo Abramovay e Sérgio Basserman Vianna.

Ao longo de cinco meses, Arnt questionou esses especialistas a respeito de temas como agenda climática, consumo, recursos naturais e crescimento socioeconômico. As entrevistas foram feitas sem consulta prévia ou tempo para elaboração de respostas. “Foi tudo de bate-pronto”, conta Arnt. O resultado foi compilado em 287 páginas

Pela relevância do tema e dos entrevistados, o livro ganhou destaque na mídia. A revista Época de 9 de agosto fez uma reportagem de duas páginas destacando trechos das opiniões de cada um dos entrevistados. O caderno Economia do jornal “O Globo” de 15 agosto reservou uma página para falar do trabalho.

“O que os economistas pensam sobre sustentabilidade”, será lançado em São Paulo no dia 31 de agosto pela Editora 34. O evento ocorre na Livraria da Vila – Alameda Lorena 1.713, no Jardim Paulista, São Paulo.

NOVA EDIÇÃO: CARREIRAS E SUSTENTABILIDADE

A nova edição já está circulando! Abaixo está disponível o editorial, a entrevista (presidente da Novozymes) e o título das matérias dessa edição. Boa Leitura!

EDITORIAL:

Profissão: decisão do presente com as consequências no futuro

A profissão é uma das escolhas que fazemos em que, na maioria das vezes, nos acompanhará por toda a vida. Nesse momento de decisão, ouvimos as influências de todos os lados e buscamos visualizar um equilíbrio entre paixão e os caminhos de sucesso para traçar a carreira profissional.

Nesses momentos de reflexões, um dos pontos que possuem grande relevância é se determinada profissão está em ascensão ou em declínio. Essa avaliação é um fator decisivo e ganha peso extra na hora da decisão. Mas o que falar para quem está bem no meio do dilema? Ou para quem faz parte de uma parcela que deseja dar um sabor diferente à sua carreira e mudar o rumo? Que profissões serão mais valorizadas no futuro? Que habilidade esse profissional deve adquirir? O direcionamento para a sustentabilidade nos dá indícios de quais os caminhos que ajudarão nessa decisão. Essa edição da revista tem como objetivo destacar fatores relevantes para o profissional do futuro. O profissional que buscar atividades para a área ambiental irá trabalhar com desenvolvimento de projetos para conservação ou preservação de recursos naturais (minérios, água, florestas, agricultura, etc.). Profissionais com habilidades mais sociais terão oportunidades em carreiras ligadas à mobilidade urbana, à ocupação territorial, às atividades ligadas a uma cultura para o consumo consciente, entre outras. Além disso, esse novo profissional deverá, ainda, criar uma percepção sistêmica da sua área de atuação e compreender os fatores externos que influenciarão na sua atividade.

Outro assunto que essa edição abordará é um relato das diretrizes e propostas na área do desenvolvimento sustentável apresentada por parte dos presidenciáveis. A revista não possui qualquer posicionamento partidário, visto que essa relação nunca fez parte da linha editorial da publicação. Porém, nesse momento, observamos o Brasil como um dos países com grande visibilidade internacional, mas que ainda tem grandes desafios futuros. É hoje um dos componentes do BRICs (grupo de países emergentes: Brasil, Rússia, Índia e China) e ganha os holofotes do mundo devido aos eventos esportivos mundiais (Copa do Mundo e Jogos Olímpicos). Mesmo com tudo certo para ir em frente, rumo ao desenvolvimento, o País corre o risco de nos próximos anos amargar sérias dificuldades, caso não tenha políticas nacionais efetivas nas áreas social (pobreza e desigualdades) e ambiental (basicamente energia e infraestrutura). Ou seja, incapaz de sustentar seu próprio futuro.

Confira abaixo o conteúdo dessa edição:

- ENCARTE ESPECIAL: Mineração e a busca da sustentabilidade

- POLÍTICAS PÚBLICAS: O lugar do desenvolvimento sustentável nas eleições

- ESNTREVISTADO: Pedro Luiz Fernandes (acesse aqui a entrevista na íntegra)

- MATÉRIA DE CAPA: O profissional do Futuro

- RESPOSNABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: Terceiro Setor a serviço da inclusão social no mercado de trabalho

- GESTÃO DE RESÍDUOS: Madeira Plática, sim senhor!

- QUALIDADE DE VIDA: Prateleiras mais saudáveis e também lucrativas


PRESIDENTE DA NOVOZYMES É O ENTREVISTADO DA NOVA EDIÇÃO DA REVISTA GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Bioinovação: a natureza a favor da indústria

O presidente da Novozymes Latin America, Pedro Luiz Fernandes, fala com esclusividade para a revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL sobre a multinacional que sabe unir como poucos tecnologia e as tradicionais disciplinas biológicas

A rotina da multinacional dinamarquesa fornecedora de enzimas industriais Novozymes é combater o impacto ambiental de seus produtos. Para isso, conta com recursos simples e ao mesmo com o que há de mais moderno em técnicas de biotecnologia – como engenharia genética, química protéica avançada e engenharia protéica. Ou seja, são produtos que apenas potencializam o que a própria natureza sabe fazer de melhor, que é produzir com equilíbrio. E por conseguir soluções inteligentes e ambientalmente corretas para o mercado, a empresa é hoje uma líder mundial no setor, com 48% do mercado e faturamento líquido de R$ 4,7 milhões.

O presidente da Novozymes Latin America – localizada no município de Araucária – Pedro Luiz Fernandes, fala sobre os desafios de pensar diariamente na responsabilidade com a sociedade e com o meio ambiente e ainda como transformar tudo isso em um processo lucrativo. Segundo o presidente, não há melhor investimento do que a sustentabilidade.

A Novozymes atende atualmente fabricantes de álcool, alimentação, couro, detergentes, etanol, industriais têxteis, óleos e gorduras, panificação, papel, entre outros. E recentemente expandiu seus negócios adquirindo a empresa Turfal, fabricante de produtos agronômicos e biológicos, situada em Quatro Barras, também na região de Curitiba. O motivo da compra: oferecer uma opção de agricultura sustentável, um dos grandes desafios da atualidade. Afinal, desafio e sustentabilidade são os dois grandes motores da empresa, como explica o presidente.

Novozymes é uma empresa comprometida com a responsabilidade ambiental, como comprovam seus vários certificados. Desde quando essa preocupação foi implantada na empresa?
Desde o início da nossa produção de enzimas em 1989, já nos preocupávamos com a sustentabilidade. Entretanto, naquela época não se falava de sustentabilidade, mas já era uma preocupação da Novozymes produzir respeitando o meio ambiente.

“No meu ponto de vista as duas coisas. Claro que o mercado internacional exige que se produza com as melhores práticas ambientais, sociais e financeiras. Eu vejo que a dívida com a sociedade já vem de muitos anos atrás e hoje estamos tentando mitigar o efeito desta dívida”, Pedro Luiz Fernandes




segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Minerais: Feira divulga a sustentabilidade do Setor


Busca pela sustentabilidade no setor cria oportunidades para a destinação de resíduos da construção civil

O resíduo da construção civil é responsável por um grande impacto ambiental. Frequentemente disposto de maneira clandestina, tem sua potencialidade desperdiçada em terrenos baldios e outras áreas públicas. Pensando nesse sentido Curitiba recebe nesta quarta-feira (25) a Expominerais. O evento, que traz ainda uma feira técnica, acontecerá no Expo Unimed Curitiba e vai até sábado, dia 28. Na pauta dos eventos paralelos estão diversos temas de cunho técnico científico como o aproveitamento de áreas de mineração de pedra brita como espaços de processamento dos resíduos da construção civil.

Estima que em um metro quadrado de construção de um edifício são gastos em torno de uma tonelada de minérios, demandando grandes quantidades de cimento, areia e brita (agregados da construção civil), entre outros. Pra ser ter uma idéia, a Itaipu Binacional, construção que foi de 1977 a 1983, consumiu cerca de 11 milhões de metros cúbicos de concreto, o que representa quase 30 milhões de toneladas de agregados (dados da própria Itaipu).

Os resíduos são gerados com perdas ou desperdícios no processo de construção e ainda com a demolição de obras antigas ou equivocadas. O montante de resíduos impressiona. Segundo pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) de 2004, são aproximadamente 68,5 milhões de toneladas por ano no país. Chega a ser metade do total de resíduos sólidos gerados nos grandes centros.

Uma das soluções é a utilização das próprias pedreiras de brita como espaço para processamento desses resíduos. Segundo o engenheiro e diretor da ANEPAC (Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil.), Fauáz Abdul-Hak, a infra-estrutura de uma mineradora é perfeitamente compatível para a atividade reduzindo investimentos e viabilizando a operação. “Traz uma solução simples, prática e objetiva para o setor público”, comenta.

De acordo com Fauáz existem diversas operações do gênero no país e inúmeros exemplos em países europeus. Ele comenta que a grande dificuldade no Brasil está na questão dos licenciamentos ambientais. “Estes estão impedindo operações que são a solução para os grandes centros”.

A Expominerais servirá como fórum para discussões de temas como este, de grande relevância para o setor mineral e a sociedade como um todo. O objetivo do evento é criar uma reflexão sobre a importância da indústria mineral, além de um ambiente para exposição de produtos, serviços e tecnologias para melhoria da cadeia produtiva do setor. Por isso, além da feira haverão três eventos técnico científicos, a assembléia geral da ANEPAC, o 3º Seminário da Indústria Mineral Paranaense, realizado pelo Conselho Setorial da Indústria Mineral da FIEP e a 8ª Reunião Nacional dos Produtores de Calcário Agrícola (Repronac).

Serviço

Os interessados em participar do evento ou consulta ao mapa da área de exposição da feira podem entrar em contato no telefone (41) 3203-1189 ou através do site www.montebelloeventos.com.br/expominerais.

domingo, 22 de agosto de 2010

Artigo: Indicador avalia as dimensões das relações da empresa com a sociedade

Autor: Juliana Girardelli Vilela *

Ninguém mais contesta hoje que, para garantir a perenidade, as empresas devem inserir na sua atuação elementos que considerem o equilíbrio nas relações com diversos grupos de interesse, demonstrando que os sistemas econômicos, sociais e ambientais estão integrados e que não podem implementar estratégias que contemplem somente uma dessas dimensões.
Há alguns anos, iniciou-se uma tendência mundial de os investidores procurarem empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos. Com isso, índices de sustentabilidade foram criados em escala global para avaliar várias dimensões das relações da empresa com a sociedade, o meio ambiente e os provedores de capital para a empresa.

Diante dessa modificação na forma de percepção do valor por parte dos investidores e como uma iniciativa de vanguarda na América Latina, em 2005 foi criado o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), pela Bolsa de Valores de São Paulo, em parceria com instituições como a Fundação Getúlio Vargas, o Instituto Ethos e o Ministério do Meio Ambiente. O projeto é financiado pela International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial que tem a missão de promover investimentos no setor privado de países em desenvolvimento.

O objetivo do ISE é criar um ambiente de investimento compatível com o desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade ética das corporações por meio de boas práticas empresariais. Para tanto, sua finalidade é a de oferecer aos investidores uma opção de carteira de ações de empresas reconhecidamente comprometidas com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial.

Sua idealização pautou-se na premissa de que o desenvolvimento econômico de um país está intrinsecamente relacionado com o bem-estar da sociedade. Dessa forma, o ISE atua como benchmark para o investimento socialmente responsável, na medida em que se trata de uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na Bovespa.

Para avaliar as ações mais negociadas e incluir as empresas que as representam no ISE, a Bovespa utiliza questionários respaldados no conceito denominado Triple Bottom Line (TBL), que considera, em sua mensuração, os recorrentes elementos ambientais, sociais e econômico-financeiros. Porém, esses questionários acresceram outros indicadores: critérios gerais, critérios de natureza do produto e critérios de governança corporativa.

Assim, o questionário do ISE busca refletir, além das características das empresas, sua atuação nas dimensões econômica, ambiental e social, governança corporativa e a natureza de seus produtos.

A questão primordial no estabelecimento e na crescente aplicação desses índices de sustentabilidade, entre os quais o ISE, está no fato de que se discute se as empresas que fazem parte deles trazem retornos relevantes aos seus acionistas. Assim como se investimentos em práticas de sustentabilidade são aceitos pelo mercado de capitais. Além disso, se avalia de que forma a inclusão de uma empresa nesses índices representa acréscimo de valor ao acionista.

O fato é que recentes estudos e pesquisas comprovam que empresas sustentáveis geram, de fato, mais valor para o acionista no longo prazo.

No caso do ISE, algumas vantagens palpáveis são agregadas à empresa que dele faz parte: tornar-se reconhecida pelo mercado como uma empresa que atua com responsabilidade social corporativa; tornar-se reconhecida como uma empresa apta a gerar sustentabilidade no longo prazo; e tornar-se reconhecida como empresa preocupada com o impacto ambiental das suas atividades. Tudo isso permite que haja consequências positivas na precificação dos seus papéis.

É indubitável que o ISE se constitua em instrumento importante para demonstrar quais empresas, ao modificar suas atuações, foram capazes de transformar o desenvolvimento sustentável (e todas as consequências positivas dele advindas) em um comprometimento corporativo inspirado na racionalidade econômica viável de gerar o maior lucro aliado à maior sustentabilidade possível.

* Juliana Girardelli Vilela é advogada da área societária do Peixoto e Cury Advogados
Fonte: Rumo Sustentável

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Artigo: MARKETING VERDE: MUITO ALÉM DO ‘GREEN WASH’.

Estamos diante de um novo e intrigante paradoxo-tostines: é o marketing da nossa empresa mais importante que o ar que respiramos ou o ar que respiramos mais importante que o marketing da nossa empresa? Primeiro, vamos esclarecer o que não é Marketing Verde. Não é aquela onda de modismo que invadiu o mercado nos últimos anos, o green wash, um verniz corporativo também conhecido como maquiagem verde: por fora, bela viola; por dentro, processos produtivos ineficientes energeticamente num país de dimensões continentais com abundância de recursos naturais e pessoas sem co-relações de confiança que sejam baseadas em reciprocidade nem em comprometimento com a visão de futuro da organização; que não compreendem ou não internalizam o posicionamento estratégico competitivo da marca, gerando e gerindo empresas sem aderência com a realidade dos novos tempos, onde todos correm contra o relógio em cenários turbulentos, dinâmicos, voláteis e cada vez mais instáveis, os quais caracterizam a ambiência inquietante dos negócios no séc. 21 sem a menor perspectiva de continuidade para organizações desatentas e sem foco inovativo. A menos que mudem de rota.
Marketing Verde deve ser entendido como o processo de venda de produtos ou serviços com apelo ambiental verdadeiro que buscam impactar positivamente clientes e públicos de interesse para que aqueles que ainda não o são, também tornem-se verdes. Trata-se de uma ferramenta poderosa de aculturamento, capaz de diferenciar competitivamente a empresa, da concorrência. E, ao mesmo tempo, apresentar uma contrapartida coerente à sociedade.
Seus princípios básicos são: 1) Ser genuíno, garantindo que a ação de comunicação integrada do marketing não seja enganosa e esteja alinhada à estratégia macro da organização, anunciando aquilo que se vende e entregando aquilo que se promete. 2) Educar consumidores, através de um processo de aculturamento mercadológico (água mole em pedra dura, tanto bate até que fura…), que oriente e balize suas escolhas conscientemente, no momento da decisão de compra de qualquer bem, por meio da aceitação/rejeição consciente. O importante aqui é o papel de sensibilização dos diversos públicos de interesse com seu poder de compra, mostrando que há caminhos inovadores em prol da construção de um desenvolvimento econômico efetivamente sustentável. 3) Engajar não só simpatizantes fiéis à marca como também a sociedade em seus diversos setores, estimulando o envolvimento de atores sociais como agentes de transformação através de uma grande corrente pra frente, que forme massa crítica e junte forças para a viabilização colaborativa de um mundo mais habitável e equilibrado. 4) Promover os 3 RRRs: Reduzir (não no sentido de retrair a base produtiva e sim reduzir o desperdício energético nos processos produtivos, para então expandí-la produzindo mais e melhor = com eficientização energética; porque não se pode pensar em produzir menos observando passivamente 1 bilhão de pessoas no planeta hoje não tendo o que comer, beber, vestir…); Reciclar (trazer resíduos de volta à origem fabril via rastreabilidade – sob pena de multas pesadas para quem descumprir a lei já em vigor em algumas regiões - e manufaturar reversamente o que for reaproveitável, minimizando assim a extração de novos lotes da mesma matéria-prima e/ou tecnologias); e, Reutilizar (aplicando o conceito ampliado “cradle to cradle’, isto é, do berço ao berço”,num círculo virtuoso de 360 graus.
Na década de 90 chega ao Brasil por pressão de consumidores mais atentos e por influência de multinacionais com filiais no país que tiveram que adotar também em suas matrizes relatórios contendo indicadores mais rigorosos e assim cumprir com exigências como as da Comunidade Comum Européia através do Sustainability Index - hoje no padrão GRI Global Reporting Initiative para indicadores externos e Ethos para indicadores internos. Paralelamente, tanto cadeias produtivas quanto consumidoras, deram início a um movimento de padronização das métricas de monitoramente ambiental, desde o momento de construir seus planos estratégicos até o redesenho dos processos produtivos por meio de novas abordagens inclusive do tratamento de efluentes, cumprindo com padrões inovadores de eficientização energética e uso de recursos naturais, em busca da plena viabilização econômico-financeira empresarial. Isso vem tornando as adotantes mais competitivas em relação aos seus concorrentes bem como mais atraentes aos olhos dos investidores, através de iniciativas como os projetos de responsabilidade social ligados a esforços de preservação ambiental.
Para se ter uma idéia da alavancagem de negócios que estes novo olhar representa para empresas atentas, de acordo com a Bovespa Social que hoje publica mensalmente a evolução do ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial, empresas listadas em bolsa que investiram em RSC Responsabilidade Social Corporativa com apelo ambiental em seus processos produtivos, tiveram suas ações valorizadas em até 30% a mais que outras empresas que não entenderam ainda o foco estratégico dessas melhores práticas; o que de certa forma acaba por “cobrar” das empresas novas atitudes preventivas e corretivas, agindo com maior comprometimento quanto à consciência ambiental até nas decisões de compra industrial e venda ao consumidor final, gerando uma convergência integradora, gravitando em torno de uma nova plataforma de negócios amplamente difundida hoje e conhecida globalmente como relatórios de sustentabilidade. Vem daí a necessidade de dar publicidade oficialmente, de forma transparente e espontânea, aos dados contidos nos Relatórios de Sustentabilidade corporativos, fonte segura de farto material para campanhas de Marketing Verde. Há uns dois anos, o Brasil tem participado de um projeto mais ousado, na tentativa de mapear emissões de Carbono por meio da declaração de informações espontâneas e transparentes dos seus emissários, o respeitado Carbon Disclosure Project que vem conquistando signatários de peso no mundo corporativo: 475 investidores com ativos de US$ 55 trilhões de dólares, contando com uma base de dados no Brasil disponível gratuitamente através do site: http://www.cdproject.net/.
Adotar o Marketing Verde como estratégia de comunicação pode trazer lucros para a a empresa. Pense em potencial. Há toda uma nova ordem econômica baseada no poder de comunicação do Marketing Verde, que usa de um poder viral quase que como uma bomba atômica do bem, junto às redes sociais estabelecendo vínculos de afinididade com diversas tribos comportamentais predisponentes aos apelos ecológicos, ao bem-estar e à qualidade de vida amparadas numa orda de consumidores da geração Y, ávidos por novidades e dispostos a pagar. Como no caso do novo tênis da Adidas com solado de borracha biodegradável patenteado sendo produzido em Teutônia no Rio Grande do Sul para todo o Brasil e América Latina. Quando Jeff Immelt, que sucedeu ao lendário Jack Welch na GE lançou o programa de produtos com o selo verde Ecomagination, quase foi linchado; três anos depois, a receita oriunda destes produtos já reprentava 14 bilhões de dólares, mais que o faturamento de Google e Avon juntas, só nos EUA. É a chamada Green Economy, literalmente, economia verde. Sobretudo, a estratégia de comunicação do Marketing Verde tem a capacidade de ampliar o valor percebido da marca. Priorizar a governança do meio ambiente tem um forte apelo na manutenção dos clientes atuais e atração de novos. Mais do que uma estratégia competitiva empresarial puramente, o que está em jogo aqui é o instinto de sobrevivência das empresas. Tem inclusive um trocadilho em inglês que diz assim: “green is green!” = produtos verdes dão dinheiro! E quem ganha dinheiro, vende melhor e por mais tempo.
Acessível, pode ser praticado por qualquer tamanho de empresa dos mais variados setores de atividade econômica produtiva que Michael Porter chama de indústrias – nos seus diversos segmentos e nichos de atuação, escalas e níveis de influência. Qualquer um pode e deve agir como protagonista de uma nova ordem global entorno da qual deveria de fato existir uma nítida e transparente estratégia “push” (empurrar o mercado) ao invés de a empresa ser obrigada a amoldar-se ante às pressões “pull” (ser empurrada pelo mercado) advindas de consumidores atentos e exigentes, no pleno exercício de sua cidadania consciente. O mais interessante economicamente seria para a empresa pôr as duas juntas para trabalhar a seu favor: empurrar e ser empurrado, gerando um grande efeito sinérgico como resultante. Por essa razão, para qualquer tipo de empresa, não importa se é grande, média ou pequena, ter um instrumento que satisfaça os anseios dos consumidores torna-se nos dias de hoje extremamente bem-vindo, garantindo confiança, reputação, notoriedade, respeitabilidade e atratividade no mercado, promovendo a compra consciente com destinação correta de resíduos e reaproveitamento, para reinserção em escala no mercado. Baseada nessa nova percepção das empresas, cria-se uma ação diferenciada em cascata, onde os objetivos verdes passam a ser inseridos nas estratégias do negócio como prioridade e devem ser consolidados passo a passo, buscando diferenciação em relação às ferramentas utilizadas pela concorrência e surgindo como estratégia de integração das ações sociais e ambientais. Desta forma o Marketing Verde surge como uma ferramenta de interface para apoio e monitoramento organizacional, iniciando-se desde o processamento de insumos na fase da produção, entrega, consumo, descarte, logística reversa, culminando na remanufatura dos resíduos daqueles produtos originalmente lançados e postos à venda nos estabelecimentos comerciais, esforçando-se desta forma para atender as necessidades e desejos dos consumidores e apresentando ao mercado a busca legitima por melhores resultados, porem com sustentabilidade via ênfase ambiental.
Para traduzir em suas práticas de negócio os conceitos do Marketing Verde a empresa precisa ter Atitude. Peter Drucker dizia que “o marketing é tão importante que não deve ser conduzido por uma área apenas na empresa e sim ser visualizada sob o ponto de vista do todo, à partir da alta direção orientando a estratégia macro da organização e integrando os diversos departamentos a fim de criar uma unidade notória da imagem desejável e atraente no mercado-alvo” - o que bem faz o Marketing Verde, justamente por propor este alinhamento ecológico. Infelizmente nem sempre é assim ainda entre um grande número de gestores e líderes. Para Paul Hawken, autor do aclamado bestseller A Ecologia do Comércio, “tudo o que vimos fazendo até o presente momento é raspar na superfície o verdadeiro problema”, colocando mais recentemente um bandaid verde. Desta forma, o que tem de ser mudado é o antigo modelo mental, lá na essência do DNA corporativo; na sua maneira de pensar, começando a fazer negócios sustentáveis à partir de uma moeda de troca onde estes dois novos lados dela - a economia/ecologia - saiam ganhando. Até por conta, inclusive, de acidentes ambientais cada vez mais frequentes, como no recente vazamento das perfurações da inglesa BP na costa americana, gerando um passivo ambiental de escala ainda incalculável; mas certamente com efeito a ser sentido pelas próximas gerações.
Uma das campanhas da WWF World Wildlife Fund (Fundo Mundial de Amparo à Vida Selvagem) uma não-governamental presidida, alias, por uma brasileira – a rainha Sílvia da Suécia – apresenta um vídeo de conscientização de utilidade pública o qual mostra um motorista de caminhão que após tomar uma cerveja dirigindo, joga a latinha num riacho já poluído; assim que volta para casa a vai tomar banho, aquela latinha e todo o resto: pneu, sofá, plástico, tudo salta do cano do chuveiro e cai na cabeça dele. A peça assina: “Se você pensa que a poluição não afeta você, pense novamente”. Outra mais recente deles é maravilhosa: abre com uma trilha sonora de fundo que repetidas vezes menciona as palavras money, money, money enquanto um personagem pilota uma serra elétrica aloprada que vai derrubando as árvores em efeito domino em sentido horário na superfície do planeta, provocando uma reação em cadeia de causa x efeito, cuja resultante acaba recaindo sobre o próprio personagem, atropelando-o no final. Uma campanha recente do Greenpeace mostrando imagens de enchentes e outras catástrofes resultantes das alterações climáticas, diz assim: “Lembra que a sua geração sonhava em mudar o mundo? Parabéns, vocês conseguiram”. A Ong do Al Gore lançou uma campanha global de um evento que aconteceu simultaneamente em vários países, cuja identidade visual era os sinais de código morse representativos das letras “S-O-S”. Em seguida, a campanha do conceito “WE” = nós e que agora está com uma campanha “RepoWEr America”, no sentido de reenergizar os Estados Unidos com fontes de energia limpa, além do que ele pessoalmente neutraliza suas próprias emissões de carbono à cada nova viagem de avião, plantando árvores na propriedade rural da família. A rede de lojas de departamentos britânica líder no varejo, Marks & Spencer, adotou novo posicionamento estratégico e comunicou-o através de uma campanha que assinava assim: “Plan A. There is no plan B.” (Plano A; porque não tem plano B). A InterfaceFlor líder mundial em carpetes feitos com fibras recicladas e de milho, comunicou à sociedade seu Programa ‘Impacto Zero’ até o ano 2020, tendo criado uma marca especialmente para isso que foi patenteada e um site com informações sobre a estratégia. A tradicional IBM ao reposicionar sua marca de fabricante de mainframes para uma central de serviços ao desenvolvedor/usuários, também adota uma campanha divulgando eficiência energética inteligente em tom bem-humorado que leva à reflexão: a secretária séria sentada à frente do chefe que ao ler a nova proposta verde para a empresa que ela acaba de apresentar, desconfia tratar-se de mais um modismo, quando a secretária responde que este novo plano reduzirá em 40% os custos de energia da empresa que no ano anterior foi 18 milhões de dólares. Imediatamente ele vislumbra os resultados para a companhia e vira verde na hora, a tela fica colorida, saindo flores e pássaros em torno dele, disparando: - “Onde é que eu assino?”
No Brasil, uma das campanhas do Instituto Ethos é emblemática: uma criança segurando um globo terrestre na sala de aula, olha seriamente para ele e dispara: - “E você… o que você vai ser quando eu crescer?” A Natura, uma das dez marcas mais valiosas do país e com forte apelo ambiental já desde o nome, foi a primeira a utilizar ativos da biodiversidade brasileira em seus produtos, colocar em suas campanhas consultoras e clientes reais como pessoas reais no lugar de modelos, atrizes e figurantes, lançar pioneiramente a embalagem refil de menor impacto ambiental bem como embalagens em braile produzidas com fibras de material reciclado e baixo consumo energético. A marca de produtos orgânicos Native, do interior paulista, sempre reforçou seus atributos ambientalmente corretos ao investir em embalagens mais sofisticadas, sempre apostando que o segmento abraçado iria um dia ser receptivo. Hoje a empresa tem em carteira contratos milionários com clientes no exterior, sem nunca ter aberto mão dos seus princípios ambientais. O banco Bradesco criou uma fundação, o Banco do Planeta, para financiar projetos parceirizados de proteção à Amazônia. A Vale assume uma nova identidade visual com a assinatura: “Cada vez mais verde; e amarela” e divulga seus diversos programas e prêmios de incentivo à ciência, na mídia de grande circulação em horário nobre. A Dupont investe milhões em ciência e biotecnologia, transformando em produtos com forte apelo ambiental, como o tecido blindado feito da fibra da teia de aranha e com resistência superior a do aço. A Cia. Suzano de Papel e Celulose investe pesado no Mercado de Carbono através dos seus projetos validados de MDL Mecanismos de Desenvolvimento Limpo com os seus programas de reflorestamento das areas, via manejo sustentável. A Votorantin, desenvolveu seu cimento ecológico. A gigante nordestina petroquímica Braskem investe em redes colaborativas com universidades para acelerar pesquisas, como a materialização do primeiro ecoplástico do mundo, feito do etanol da cana de açúcar e que inclusive na corrida da F1 no ano passado em Interlagos, fez os troféus reciclados, com resíduos que foram gerados durante o próprio evento. O Real foi não só o primeiro a dizer ser o banco da sustentabilidade como também o primeiro a construir uma agência 100% ambiental na Granja Viana em São Paulo, captando água de chuva com armazenagem em cisterna para uso dos lavatórios e jardinagem e geração de eletricidade via painéis solares instalados no teto, que armazenam energia de dia para abastecer os caixas eletrônicos à noite. O Santander teve o mérito de importar o executivo responsável pela estratégia ambiental do banco ABN. E em uma de suas campanhas assina: “Os melhores negócios do mundo, são os melhores negócios pro mundo”. Na mais recente, sendo veiculada agora na mídia, propõe: - “Vamos fazer juntos?”. O badalado evento de moda SPFW São Paulo Fashion Week além de adotar um gerador para o seu consumo de energia também neutraliza as emissões de CO2 do evento, plantando árvores em uma área previamente destinada e com números auditados. A Coca-cola mostra numa de suas campanhas a natureza em harmonia, onde uma Joaninha voa apaixonada até a tampinha também vermelha, abelhas e gafanhotos são atraídas pelo açúcar e um besouro forte abre a garrafa, vindo uma explosão de alegria através do líquido em cascata; assina: - “Abra a felicidade”, apostando no fato de que há um descréscimo de felicidade mundial que é a essência do que afinal as pessoas buscam. A Apple adota um posicionamento verde ao lançar notebooks com luz LED, zero de componentes tóxicos e redução de partes e peças na sua linha de montagem, como o gabinete monobloco em alumínio do novo MacBook. O Wallmart adota um posicionamento sustentável ao redesenhar toda a sua logística, escolhendo caminhões com tripla repartição interna para congelados, resfriados e carga seca – tudo junto – a fim de economizar emissões de CO2 no transporte e entregas urbanas. Da mesma forma, o MacDonald’s buscou adequacão, à partir de um novo cardápio com itens mais saudáveis e otimização da sua cadeia de suprimentos, fazendo entregas por exemplo à noite em horários de menor trânsito. As Americanas disponibilizam na porta de entrada das suas lojas um display que é uma simpática lixeira com um cartazete, onde lê-se: “Nós cuidamos do meio ambiente com ações sustentáveis. Junte-se a nós e faça também a sua parte”, incentivando assim atos de cidadania como o descarte correto de baterias.
Como um registro da boa intenção apenas, o lançamento do Seguro Auto Carbono Neutro HSBC informando sobre as características do produto que trazia um benefício ambiental ao contratante: quem comprasse, ganhava uma árvore plantada pelo HSBC. E por que não o banco ensinar também o cliente a plantar sua própria árvore, além de oferecer a ele uma consultoria ambiental na escolha do seu próximo carro menos poluente? E da marca Ypê: “Compre Ypê que nós plantamos árvores para você” – o que não gera no consumidor-alvo um aculturamento que leve-o à uma transformação de hábitos de consumo. Melhor se fosse: “Compre Ypê que a gente dá sementes e ensina você a plantar no seu Apê" – algo assim, que levasse o consumidor a uma reflexão interior, engajando-o como ator social desta transformação; como parte ativa do processo de mudança de comportamentos de consumo, passando para um nível mais elevado de consciência critica, adotando então um estilo de vida em harmonia com a natureza. A vida agradece.
Somente uma empresa realmente “verde” será capaz de sustentar um marketing em cima da questão ambiental. Não basta apenas oferecer produtos que tenham alguns atributos verdes, tais como recicláveis e produtos que não destruam a camada de ozônio. Porque para posicionar-se como ambientalmente responsável a empresa deve antes de mais nada fazer a lição de casa para SER, muito mais do que TER. Porque a vida é um eco. Ou você torna sua empresa verde ou é você quem acabará no vermelho.

Cleuton Carrijo - professor de MBA, palestrante, consultor em sustentabilidade de negócios e empresário verde

(artigo publicado de forma compactada na edição 19 da revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL)

Carreiras socialmente responsáveis em finanças

Seguindo o tripé de resultados Econômicos, Sociais e Ambientais, novas oportunidades surgem para os profissionais de finanças. Veja mais! Pensando em como incluir sustentabilidade na sua carreira? Se você está interessado na área de finanças, talvez também preocupe-se em como seus interesses podem levar a um equilíbrio entre trabalho, valores e crenças. Seguindo o tripé de resultados Econômicos, Sociais e Ambientais, novas oportunidades surgem para os profissionais de finanças. As vagas passam pelo investimento social privado, microfinanciamentos e rentáveis investimentos em novos negócios sustentáveis.

As finanças sociais podem abrir as portas para muitas soluções e dilemas. Embora pareçam novidade, elas já existem desde que o primeiro indivíduo posicionou-se contra o lucro a qualquer custo. Um peregrino calvinista não iria financiar a escravidão antes da guerra de secessão, assim como um opositor consciente não iria financiar máquinas de guerra hoje. Antes que tenha uma epifania sobre suas metas de carreira, você pode querer saber mais sobre as várias facetas das finanças sociais, as oportunidades de carreira que estão abertas e a formação que você pode precisar para correr atrás de seus sonhos.

Finanças sociais definidas

Finanças sociais nada mais são que instrumentos financeiros usados para promover metas sociais. Entre esses instrumentos estão o crédito, a poupança, os investimentos e os empréstimos, entre outros dispositivos. Estas ferramentas ajudam as classes sociais mais baixas a lidarem melhor com o risco, tirar vantagem de oportunidades de geração de renda, organizar-se e ter voz. Estas ferramentas também incorporam valores pessoais e preocupações sociais com decisões de investimento, onde indivíduos ou grupos esperam ajudar inciativas de negócios sustentáveis.

Historicamente, as finanças sociais pertenceram a governos e organizações de caridade ou religiosas. Contudo, com um foco no aquecimento global e com notícias sobre dificuldades encontradas por indivíduos em países subdesenvolvidos, o setor privado se envolveu nesse campo especializado. Enquanto alguns negócios e indivíduos procuram usar fundos para a filantropia, outros querem contribuir com um olho no lucro.

Então, enquanto as metas sociais parecem ser as mesmas entre os financiadores sociais, as tentativas por trás destas metas podem ser grandes. Por exemplo, uma corporação pública e um indivíduo podem querer ajudar populações de baixa renda. A corporação pode querer eliminar a pobreza para criar um novo mercado consumidor para os seus produtos enquanto o indivíduo pode trabalhar na mesma meta para concretizar uma crença na igualdade social.

Algumas carreiras nas finanças sociais

Se você está interessado em questões financeiras, você já sabe que os mercados têm se integrado até um certo nível, e que esta integração – ou globalização – significa que vários países tornaram-se mais interdependentes. O capital financeiro está fluindo para mercados pré-emergentes e emergentes, onde estes fundos ajudam indivíduos e comunidades a encontrarem suas necessidades sociais.

Carreiras em finanças sociais se expandiram ao ponto em que é possível frequentar uma universidade como a School for Social Entrepreneurs em Londres, que se foca unicamente no empreendedorismo social. Quer seus interesses estejam voltados para uma participação não-lucrativa ou lucrativa neste ramo especializado, você pode imaginar onde suas oportunidades estão.

Alguns postos de trabalho em finanças sociais podem incluir:

Investidor comunitário: O investidor comunitário trabalha para arrecadar, supervisionar e dirigir capital para as oportunidades de investimento da comunidade nas áreas local ou regional, e internacional. As comunidades em questão geralmente foram mal servidas ou ignoradas pelos serviços financeiros comuns. Você pode saber mais sobre investimentos comunitários e algumas organizações envolvidas com esta expansão no fórum do investimento social do Community Investing Center (Centro de Investimento Comunitário).

Geralmente, investidores comunitários respondem a um conselho de diretores e, em última instância, aos acionistas de uma companhia que organiza os esforços de investimento. Mas você pode trabalhar para se tornar um capitalista de risco que se foca nos potenciais da comunidade, em vez de se concentrar em novos negócios. Ou você pode achar um lugar dentro das várias organizações ou em seus conselhos.

Micro-Financiador: investidores comunitários podem também se tornar micro-investidores, um papel muito similar ao do capitalista de risco mas que não demanda retorno no investimento em todos os casos. Este indivíduo procura fornecer a indivíduos ou comunidades pobres os meios para investir ou realizar empréstimos para negócios ou desenvolvimento da comunidade. Geralmente estas transações financeiras eliminam a necessidade de colaterais, e elas requerem investimentos menores que a média.

O micro-financiador pode trabalhar sozinho ou para companhias que variam de negócios financeiros a organizações não governamentais (ONGs). Como investidor solo, você pode também se tornar envolvido com oportunidades oferecidas por redes de micro-financiamento que se focam em ajudar indivíduos tão diversos como os membros da sua própria família até desconhecidos em países em desenvolvimento.

Setor sem fins lucrativos: O setor sem fins lucrativos é, talvez, o braço mais tradicional da rede de finanças sociais. Quando você trabalha para uma organização sem fins lucrativos ou fundação privada, você geralmente vai responder a um conselho de diretores ou curadores, dependendo da estrutura legal da organização. O setor sem fins lucrativos é diversificado, pois varia do interesse pelas artes até os direitos dos animais.

O setor sem fins lucrativos é também o mais diversificado quando se fala em oportunidades. Enquanto alguns indivíduos se satisfazem em voluntariar para esforços sem fins lucrativos, você também pode procurar uma carreira como executivo ou trabalhar como redator de subvenções freelance ou coordenador de projetos. Os postos de trabalhos freelance podem lhe permitir satisfazer seus desejos de fornecer ajuda a várias organizações e ainda pagar o aluguel.

Empreendedor social: Diferentemente dos capitalistas de risco, os empreendedores sociais fornecem soluções inovadoras para difíceis problemas sociais geralmente sem buscar lucro pessoal. Este empreendedor é similar ao empreendedor de negócios no que diz respeito a procurar construir alguma coisa do nada com criatividade e ambição. Empreendedores sociais, entretanto, vêem pessoas ou comunidades necessitadas em vez de novos negócios como seus mercados de reserva.

Empreendimentos sociais incluem negócios que medem seu sucesso pelos lucros e pelos benefícios à comunidade. Dito isto, uma carreira como empreendedor social poderia combinar as características altruístas das organizações sem fins lucrativos com micro-financiamento pró-lucro para criar uma oportunidade híbrida de financiamento social. Os indivíduos envolvidos em ambos os fins geralmente definem se a oportunidade tem ou não finalidades lucrativas, mas em todos os casos o projeto comumente ajuda a melhorar a situação social da comunidade.

O que esperar

Se você está realmente atraído por uma carreira financeira em contabilidade, investimento, pesquisa, bolsa de valores, ramo bancário ou outras áreas, então você sabe as emoções específicas que ganha com seu(s) interesse(s). Se você quer incorporar um viés social ao seu objetivo de carreira, você também vai precisar expandir suas habilidades e experiência por meio de educação e trabalho.

Você pode esperar os seguintes ganhos:

Habilidades interdisciplinares: você vai ganhar habilidades entre as disciplinas, já que pode precisar de experiência em outros campos que não o da administração financeira. Sociologia, antropologia, ciência política e outros estudos que estão listados sob o nome de Ciências Sociais ou Humanas irão ajudá-lo a alcançar seus objetivos. Você pode também se focar nas facetas tecnológicas, ambientais ou de liderança das carreiras financeiras. Suas necessidades interdisciplinares irão depender da sua decisão em se focar mais no aspecto social ou financeiro dentro deste campo.

Oportunidades de liderança: financiamento social é um meio de criar maneiras inovadoras de melhorar ambientes sociais, e este campo precisa de líderes criativos que possam tomar a iniciativa em muitas situações. Financiamento social é focado no dinheiro, mas esta é apenas metade da equação. O aspecto “social” requer indivíduos que possam identificar recursos não-usuais, além do dinheiro que possam ser usados para melhorar a situação de um indivíduo ou comunidade.

Então você pode escrever propostas de doações para projetos, ou pode procurar alternativas para fundos para resolver um problema. Ou você pode doar dinheiro suficiente para se sentar junto ao conselho da organização, ou doar seu tempo e energia para alcançar o mesmo objetivo. Habilidades de liderança nos negócios, como aquelas encontradas em administração organizacional, sem fins lucrativos ou de projetos, pode abrir portas para muitas oportunidades.

Flexibilidade: Carreiras em financiamento social atualmente podem ser vagas e muito indefinidas. Você pode achar um caminho para viajar pelo mundo ou pode procurar uma situação na qual esteja sozinho e rodeado de livros e materiais de arquivos. Como este campo está crescendo, contudo, você pode achar que seu trabalho vai demandar um pouco desses dois mundos e mais. Esta flexibilidade é parte do que muitos empregadores de finanças sociais procuram, já que seus voluntários e funcionários geralmente fazem várias coisas ao mesmo tempo.

A habilidade de ser flexível com uma situação é também definida como “criativa” e “inovadora”, especialmente quando situações inesperadas são encaradas com pouca reclamação. Uma situação flexível pode também ser significativa, já que um trabalho dentro do setor de finanças sociais vai bem a calhar para pessoas que querem usar suas habilidades, talentos, educação e dinheiro para concretizar mudanças sociais.

Conhecimento global: Mesmo que você termine num escritório apertado cercado de livros de contabilidade financeira, você aprende muito sobre como as pessoas vivem em outras comunidades ao redor do mundo. Este conhecimento global contém muitas vantagens para uma pessoa que procura ascender na carreira das finanças sociais ou para o indivíduo que eventualmente quer se tornar um capitalista de risco ou empreendedor. Sem conhecimento sobre política, influências culturais e outros temas que influenciam o desenvolvimento global, o financiador social vai perder tempo, habilidades e dinheiro.

Além disso, a globalização requer conhecimento especializado sobre como países e comunidades se tornam interdependentes. Quer você aprove ou não a globalização, a tendência à interdependência está em curso. Você pode usar sua participação numa carreira nas finanças sociais para apoiar as suas crenças. Onde começar Se uma carreira em financiamento social intriga você, você pode querer pesquisar mais e definitivamente querer experimentar este campo para saber até onde ele vai. Seu foco pode incluir voluntariado local, leituras online, aperfeiçoamento de educação e conversas com indivíduos que trabalham no campo.

Comece com voluntariado: Se você quer saber mais sobre como o “social” se conecta com as “finanças”, você pode se oferecer como voluntário para trabalhar com uma organização sem fins lucrativos. Você não apenas vai ganhar experiência no terreno, como também vai conhecer indivíduos que podem ajudar a apontar direções na sua carreira. Você pode também expandir seus horizontes para trabalhar em outras regiões.

Encontre outros financiadores sociais: Quando você se relaciona com outros indivíduos de mesma mentalidade, você pode aprender mais sobre o que esperar das suas aspirações na carreira. Se você planeja ir na direção do capitalista de risco, você pode achar outros indivíduos que pensam como você na National Venture Capital Association. Mesmo que os indivíduos dentro desta organização possam não participar de financiamentos sociais, eles podem ajudar você a ganhar conhecimento sobre o campo de investimentos.

Expanda sua educação: Mesmo se você já tiver alcançado o diploma de doutorado, você sempre pode expandir a sua educação para atingir as expectativas interdisciplinares requeridas por este ramo. Você pode cogitar esta faculdade em Londres ou encontrar cursos similares em empreendedorismo social na Duke University ou na Red Cross (Cruz Vermelha) para fundos sociais ou o fórum de investimento social pode oferecer oportunidades de aprender mais sobre investimentos que variam de iniciativas “verdes” a fundos que apóiam grupos minoritários.

Não importa a sua direção uma vez que você tenha entrado neste campo, você pode aprender que oportunidades financeiras nem sempre levam à gula, luxúria e depravação. Nem todas elas vão levar a uma vida sem necessidades vitais de sobrevivência. Quer você se incline na direção de carreiras com ou sem fins lucrativos, você pode achar uma área que precisa da sua ajuda e interesse. Você pode descobrir que a sua nova carreira vai ajudar você a “fazer o bem” e se dar bem.

Jimmy Atkinson (Editor do Forex Blog)
Fonte: Agenda Sustentável (www.agendasustentavel.com.br)

Ideia nada popular - O Exemplo da GE

Quando chega a hora de um líder de negócios tomar uma decisão difícil, é útil ter o apoio consensual de auxiliares e dos principais gerentes, embora isso não seja essencial. Como Jeffrey Immelt teve de aprender depois de três anos no cargo de CEO da General Electric (GE), há momentos em que o chefe tem de tomar decisões que não são bem recebidas e esperar que sua equipe se ajuste.

Durante uma reunião anual de análise estratégica em 2004, o CEO ficou surpreso de saber quantas unidades de negócios da GE estavam realizando iniciativas ambientais independentemente umas das outras. A GE Energy havia acabado de adquirir a AstroPower, a maior fabricante americana de painéis solares. No ano anterior, ela havia comprado uma empresa de turbinas eólicas da Enron.

A GE Water & Process Technologies, por sua vez, estava formulando planos para a maior usina de dessalinização de água do continente africano. As fábricas da GE em todo o mundo estavam lidando com novos regulamentos para as emissões de dióxido de carbono. E já perto dos escritórios da empresa em Manhattan, os dólares da GE estavam trabalhando para livrar o rio Hudson de poluentes que ela mesmo tinha despejado décadas atrás.

Então Immelt percebeu que todas essas iniciativas poderiam ser unidas em um único programa de práticas e tecnologias ecológicas e tornar-se um pouco mais agressivo. Além disso, eles também poderiam ser mais eficazes se tivessem um plataforma comum para se comunicarem uns com os outros, definindo objetivos e comparando seus desempenhos, e apresentando uma mensagem unificada de marketing aos clientes.


Um Placar Ecológico

Então ele passou a trabalhar para transformar a idéia em um plano detalhado que poderia vender à sua equipe. Ele falou com os CEOs de 30 das maiores companhias energéticas dos EUA, alguns dos clientes mais importantes da GE. Ele criou uma equipe interna para estudar a legislação que envolve os gases do efeito estufa e realizar pesquisas com os clientes.

Além disso, ele contratou a consultoria ambiental GreenOrder, de Nova York para ajudar a criar e auditar placares ecológicos - uma lista de verificação para medir o impacto ambiental de novos produtos desenvolvidos na empresa. “Somos uma empresa movida a números, então queríamos ter os indicadores reais”, disse Immelt. Ele definiu tanto objetivos a longo prazo - elevar os gastos com Pesquisa e Desenvolvimento de tecnologias limpas para US$ 1,5 bilhões em 2010, reduzir a emissão absoluta de gases causadores do efeito estufa em 1% antes de 2012 e gerar US$ 20 bilhões em receita originada de produtos ecológicos - e objetivos a curto prazo. Se e quando seu plano entrasse em ação, a GreenOrder também agiria como uma auditoria terceirizada do placar.

Mas a campanha ainda precisava de um toque final: um nome comercializável. Com o termo “ecomagination” (ecomaginação), Immelt descobriu uma identidade que dava ênfase a novos produtos e serviços, além de uma direção nova e inovadora para a empresa.



Siga o Líder

Em dezembro de 2004, Immelt levou seu plano para uma votação com os 35 maiores executivos da empresa. O resultado: a estratégia perdeu. “Foi um 'não' quase unânime”, lembrou ele. “Eles disseram, ‘Isso é burrice’”. Apenas cinco ou seis pessoas na sala compraram a idéia de Immelt, enquanto o restante argumentou que a “ecomagination” teria um custo alto demais ou que seria derrubada pelos vários locais onde a GE tem fundos para redução da poluição e por outras questões ambientais que não poderiam ser reparadas tão facilmente. “Acho que algumas pessoas pensaram que era muito fraca. A GE é uma empresa que se arrisca, e essa iniciativa é um pouco tradicional”, disse ele.

Mas apesar de Immelt não ter se dado bem em relação à sua capacidade de vender, o histórico de gestão obstinada da GE ganhou o dia. Ele cancelou a decisão de sua comissão executiva e disse a eles para se prepararem para o lançamento da “ecomagination” em 2005. Era essa a direção da empresa, e a equipe teria de confiar nele.

“Cerca de cinco vezes por ano eu tenho de dizer para esse grupo, ‘Pessoal, essa é a direção que vamos tomar, vocês vão ter de se adaptar'. Se você fizesse isso seis vezes, eles sairiam da empresa. Mas se fizesse só três vezes, seria uma anarquia total”, disse Immelt.

Immelt acredita que Jack Welch, seu predecessor na GE, teve de tomar uma decisão semelhante após receber pouco apoio dos executivos para o Seis Sigma, um programa de eficiência utilizado pela empresa desde a década de 1990.

“Temos uma boa equipe que sabe quando liderar e quando seguir, e isso é o mais importante", disse Immelt.

Desde aquela reunião, sua decisão de seguir em frente com a “ecomagination” independentemente das objeções de sua equipe trouxe resultados. De acordo com a GreenOrder, a GE está no caminho certo para atingir seus objetivos ambientais de longo prazo. Em parte devido ao marketing das iniciativas da “ecomagination”, o valor da marca GE cresceu 16,9%, para US$ 51,6 bilhões, de acordo com a consultoria de marcas Interbrand. E Immelt estima que os acionistas se beneficiaram cerca de 5¢ a 10¢ por ação em 2008.

O CEO da GE, Jeffrey Immelt, se armou com toneladas de dados para apoiar sua proposta da “ecomagination”. Mas foi apenas a confiança que ele havia criado junto à sua equipe que permitiu que ele superasse as objeções feitas por eles.

Quando um CEO ganha a confiança e o apoio de sua equipe, ele tem mais liberdade para ir contra a opinião da maioria em decisões estratégicas importantes.

E foi isso o que o CEO da General Electric (GE), Jeffrey Immelt, fez no final de 2004, quando seguiu adiante com sua proposta da “ecomagination”, ignorando o ceticismo demonstrado pela maioria de seus consultores e executivos sênior, disse Noel Tichy, ex-líder do Centro de Liderança da GE.

“Jeff tem tido o cuidado de criar uma equipe de confiança e alinhada com ele", disse Tichy, que agora é professor de comportamento organizacional e gestão de RH na Escola de Administração da universidade University of Michigan e autor de Judgment: How Winning Leaders Make Great Calls (Jugamento: como os líderes de sucesso tomam grandes decisões).



Cultivando uma Base

Immelt começou a formar sua base de apoio na GE em 1981, quando ele entrou para a empresa. À medida que ia galgando posições, começou a impressionar algumas pessoas importantes com seu estilo de liderança. Em 2001, Immelt considerado pelo então CEO, Jack Welch, como seu sucessor, e Welch ajudou a acalmar seus maiores concorrentes, Jim McNerney e Bob Nardelli. “Freqüentemente, a política da sucessão acaba entrando na nova administração”, apontou Tichy. “Welch deixou claro para os três finalistas que assim que o vencedor fosse escolhido, os outros dois teriam de sair da GE para deixar o novo CEO politicamente livre”.

Em 2004, Immelt estava em seu cargo de presidente e CEO há três anos e o apoio a ele entre os maiores executivos da empresa estava mais forte do que nunca. Isso seria vital em cada uma daquelas que Tichy define como as três fases do processo de decisão que se aproximava: preparação, alinhamento dos envolvidos e execução.

Após a idéia de uma iniciativa ambiental para toda a empresa, Immelt começou a delegar etapas preliminares para as diversas equipes dentro da empresa: pesquisar a legislação de gases do efeito estufa, realizar pesquisas com os consumidores, elaborar o protótipo de novos produtos, formular indicadores, esboçar as diretrizes de toda a empresa. E quando os recursos da GE mostraram-se não ser suficientes, Immelt não hesitou em trazer uma consultoria externa, a GreenOrder.



Convencendo uma Equipe Relutante

Em dezembro, Immelt estava preparado para a próxima etapa, que era difícil e decisiva: alinhar os principais envolvidos. Immelt se encontrou com seu quadro de gerência sênior para contar sua iniciativa ambiental, que foi recebida de forma negativa pela maioria de seus gerentes sênior. Entre as críticas, as maiores eram: o plano era caro, hipócrita e não correspondia às características da GE.

Immelt reconheceu a legitimidade das dúvidas levantadas. Mas em vez de recuar, ele usou a confiança que havia ganhado deles e decidiu seguir em frente com a iniciativa, que passou a ser conhecida como “ecomagination”. “Ele não teria sido conseguido se já não tivesse as pessoas alinhadas na parte superior da organização", disse Tichy.

Quais eram as outras opções de Immelt frente a uma oposição tão forte? “Alguns líderes fracos recuariam e diriam [à equipe] que não iria em frente", reconhece Tichy. Outra opção seria Immelt colocar a iniciativa em banho-maria, esperando ganhar apoio e permitir que as opiniões contrárias se esvaíssem. Ou ele ainda poderia ter ido em frente ainda mais confiante do que já estava - sem reconhecer as críticas feitas pela equipe. Qualquer uma dessas táticas, disse o professor de gestão, "teria sido uma abdicação de seu papel como líder responsável por tomar as decisões finais da GE".



Seguindo em Frente

Um CEO pode passar por cima da oposição de vez em quando, mas Tichy alerta que há um limite: “Se você continuar a tomar decisões que vão contra a maioria, mesmo se for o CEO da empresa, irá começar a minar as pessoas, o alinhamento e o seu apoio".

Mas quando é a hora certa de "dar uma carteirada"? Depende. De acordo com Tichy, Immelt é conhecido por pedir opiniões dos que estão ao seu redor antes de tomar uma decisão. Por outro lado, ele também tem a reputação de confiar em seus instintos, como descrito pela máxima utilizada para descrevê-lo no livro Leadership: “Pronto, tomei minha decisão”.

A etapa final da decisão de Immelt foi a execução. “Jeff entende que seu trabalho no processo de decisão não é apenas tomar a decisão em si, mas se certificar de que, na fase de execução, os ajustes [corretos] sejam feitos, todos aprendam e que haja um retorno", disse Tichy.

Como a GE é uma empresa de vários negócios individuais, a maioria dos ajustes depende da cooperação entre os líderes de cada unidade de negócios: essa foi uma das partes mais difíceis do processo de execução, de acordo com o porta-voz da GE, Peter O’Toole: “A ‘ecomagination’ teve de habilitar nossos líderes a trabalhar melhor com os clientes", disse O’Toole. “Não podia ser uma 'obrigação sem apoio’ da corporação. Então foi necessário haver uma certa negociação com nossos líderes para garantir que estivéssemos ajudando nossos clientes”.

Brasil ocupa posição número 48 em ranking dos melhores países do mundo

O Brasil ficou em 48º lugar na lista dos melhores países do mundo realizada pela revista Newsweek. A Finlândia ficou em primeiro lugar, seguida pela Suíça, Suécia e Austrália.

Na comparação com os vizinhos da América Latina, o Brasil está em nono lugar, à frente de países como Colômbia (62º), Paraguai (68º) e Venezuela (71º), mas perdendo da Argentina (46º), México (45º) e Chile (30º).

Já entre os BRICs, o grupo dos países emergentes, o Brasil lidera, ultrapassando Rússia (51º), China (59º) e Índia (78º).

Para elaborar o ranking, a revista explica que tentou responder à pergunta: "Se você fosse nascer hoje, qual país ofereceria as melhores oportunidades para viver com saúde, segurança e prosperidade?" Por meio de pesquisas de várias consultorias, foram escolhidos cinco critérios para a lista: educação, saúde, qualidade de vida, competitividade econômica e ambiente político.

Apesar da crítica do Brasil pelo envolvimento demagógico em casos como o de Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad, “ continua pragmático e seguro o suficiente para não arriscar o país em uma aventura populista. Como resultado, o Brasil cresceu em seu tempo e, na política, é isso que importa”.

Brasil investirá R$ 200 mi em 2011 contra aquecimento

O governo federal investirá no próximo ano R$ 200 milhões para combater a mudança climática e reverter os efeitos do aquecimento global no país, de acordo com informações divulgadas hoje pelo Ministério do Meio Ambiente.

A secretária nacional de Mudanças Climáticas, Branca Americano, informou que o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas (FNMC) receberá 66% dos benefícios estatais produzidos pela exploração de petróleo.

Branca, que participa da II Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid 2010), realizado em Fortaleza, indicou que a lei que rege a indústria petrolífera foi modificada para incluir esses benefícios para o FNMC. O Fundo foi criado no final de 2009 com o objetivo de compensar os efeitos da exploração petrolífera e destinar parte dos lucros do petróleo para combater a mudança climática. Conforme as expectativas iniciais, o Fundo poderá alcançar investimentos de até R$ 1 bilhão por ano, destinados a recuperar as localidades mais vulneráveis, como as regiões semi-áridas e o litoral.

Branca afirmou que o Brasil deve aproveitar seu potencial natural para reduzir os impactos ambientais no território, sobretudo na região Nordeste. Devido à mudança climática, advertiu a secretária, "as variantes e os aspectos vulneráveis irão aumentar. As chuvas serão mais concentradas, poderão chegar em momentos muito ruins para as plantações e os anos serão cada vez mais secos". Os pequenos produtores rurais serão os mais afetados pelas variações climáticas e, nesse sentido, o FNMC também prevê a criação de programas econômicos "que se adéquem à nova realidade". O Fundo promoverá ainda atividades sustentáveis, como o sistema de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, que estimula os empresários a compensarem a emissão de gás carbônico através do reflorestamento de zonas degradadas.

Em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), o FNMC desenvolverá programas para promover as práticas ecológicas na agricultura que reduzam as emissões.

Fonte: Jornal Meio ambiente

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ideias sustentáveis - Grupo Thá

Quatro ideias sustentáveis que vão fazer a sua cabeça

O Grupo Thá reuniu um seleto time de formadores de opinião de Curitiba, composto por oito personalidades: o badalado chef de cozinha Celso Freire, Fernanda Richa, presidente da Fundação de Ação Social (FAS), a marchande Zilda Fraletti, a designer de jóias, Maria Dolores, a publisher Cinthia Peixoto, o designer André Mendes e os chargistas Paixão e Thiago Recchia. O desafio do grupo, formado por duplas, escolhidas por sorteio, consistia em criar as estampas exclusivas que vão ilustrar a edição limitada de camisetas e ecobags, em homenagem aos 115 anos do Grupo Thá.
O encontro, realizado no último dia 09 de agosto, teve como cenário o Guega Ristorante. O diretor de incorporação da Thá, Nilton Neilor Antonietto e a gerente de marketing do Grupo, Cristiane Kilter, apresentaram o novo slogan da empresa, ‘Eu Moro Thá’ - que reforça o orgulho dos clientes de morar ou trabalhar num empreendimento com padrão de qualidade superior, assinado por uma empresa que tem muitas histórias para celebrar. Na ocasião, os executivos aproveitaram a oportunidade para falar sobre a importância da sustentabilidade, que estará muito presente nos próximos projetos residenciais da empresa. Atualmente, o Grupo destaca-se nacionalmente pela experiência na construção de empreendimentos corporativos, que sustentam ‘certificações verdes’.

No prato
A dupla formada por Celso Freire e Thiago Recchia levou a consciência sustentável para dentro de casa. “Desenhamos um prato, e dentro do prato uma casa. A casa é composta por grãos”, descreve o chargista Thiago Recchia. O Chef explica que, “se não tivermos atitudes sustentáveis em casa, não conseguimos levar essa consciência para o trabalho. Por isso, optamos por rechear a casa de forma sustentável”, conta Celso Freire.
Explosão de consciência
As cartolinas coloridas foram o ponto de partida para Fernanda Richa e o designer André Mendes colocarem em prática a criatividade. Com papel, tesoura e cola em mãos, o trabalho da dupla fluiu naturalmente. “Nós não planejamos o que fazer, nós começamos a recortar aleatoriamente”, explica André. O resultado multicolorido foi uma explosão de consciência. “Eu só fiz o desenho principal da cabeça e da bicicleta. Nossa estampa visa comunicar o que passa pela cabeça das pessoas. Pensamentos de respeito ao próximo e à natureza”, sugere. O resultado final foi comemorado pela dupla.

Meu lar
A parceria entre a marchande Zilda Fraletti e o cartunista Paixão resultou num desenho singelo, porém carregado de expressão. “Nosso desenho é representado pela natureza através do caramujo, que faz a ponte com a residência, a moradia. O coração simboliza o amor que move as atitudes dos seres humanos pela humanidade”, conta Zilda. Segundo Paixão, o caramujo tem o privilégio de poder carregar a casinha sempre junto com ele. “Nosso desenho expressa diversas informações. Conseguimos reunir num traço simples, o conceito de ecologia e sustentabilidade. Quem olhar para esta ilustração vai se sentir em casa,” ressalta o chargista.
O planeta é a nossa casa
A dupla formada pela designer de jóias, Maria Dolores e pela publisher Cintia Peixoto, tem como cenário o planeta Terra. “Optamos por pontuar as pessoas ao redor do planeta pensando de forma sustentável. Afinal de contas, o planeta é a nossa casa e todos querem cuidar dele. Para isso, a gente precisa alimentar sentimentos de respeito, de paz e de amor”, conclui Maria Dolores.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O que é “greenovation”?

Hitendra Patel* defende o conceito que procura unir atitudes inovadoras com práticas de sustentabilidade no ambiente corporativo

Embora muito utilizado, o conceito de inovação é frequentemente mal empregado. Pois a definição de “greenovation” combina os conceitos clássicos de inovação e de sustentabilidade, conforme articulado por várias organizações globais de referência. Assim, podemos dizer que “greenovation” é tudo aquilo que “cria e captura valor ao atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades”. Com essa definição em mente, temos conduzido intensas pesquisas em todos os tipos de negócios, sempre com o intuito de identificar os melhores exemplos de “greenovations” – isto é, de empresas cujas inovações geram resultados financeiros e ambientais.

Há uma característica comum a todas as categorias de inovação, bem como às companhias que aqui aparecem em destaque: elas são atuais. Nossa abordagem é diferente daquela utilizada por muitos autores, que preferem tratar do assunto à luz das necessidades do meio ambiente no futuro. O livro Natural Capitalism, de Jack Hallender, por exemplo, gerou grande repercussão ao sugerir que, de todo o capital existente no mundo, o “capital natural” é o que se encontra mais subvalorizado – dando a entender que os investimentos ambientalmente responsáveis tendem a dar retorno somente no futuro, e não agora.

Nós saudamos a afirmação de Hallender de que o capital natural faz “a vida ser possível e dá sentido à existência deste planeta”. Mas acreditamos que não há tempo para esperar que os governos deem o empurrão inicial a esse tipo de mudança. É provável que eles acabem demorando demais – no mínimo, mais do que o planeta é capaz de suportar. Mas os exemplos de “greenovation” que aparecem nestas páginas mostram que não é necessário aguardar por grandes mudanças nas leis globais, nos movimentos políticos ou na filosofia para tornar o planeta mais verde – e ganhar dinheiro fazendo isso.

De certa forma, Greenovate! amplia a mensagem de Daniel Esty, autor da obra Green to Gold, que oferece caminhos úteis para aqueles executivos que desejam incorporar produtos e processos sustentáveis a suas estratégias de negócios. A estratégia, lembra Esty, sempre vem em primeiro lugar – é o que pavimenta o caminho para lucros duradouros. O verde só se transforma em ouro quando o meio ambiente está incluído no âmago da estratégia. Ao mesmo tempo, todas as empresas dependem do lucro para existir, não importa quão filantrópicas elas sejam.

Aqui, nós analisamos negócios que são economicamente lucrativos e ambientalmente sustentáveis. Também damos atenção a empresas cujo objetivo é transformar a vida das pessoas na base da pirâmide. Implicitamente, endossamos a visão de Avner de Shalit em The Real Environmental Crisis, que critica a aparente contradição entre metas ambientais e metas financeiras. São justamente as sociedades mais ricas, afirma Shalit, que têm condições de aplicar recursos na preservação ambiental.

Há quem discorde de Shalit, é claro. Para muitos, ganhar dinheiro é algo inevitavelmente danoso para o meio ambiente. Afinal, não há como um sistema ser sustentável quando existe a necessidade de se crescer sempre. Mas Greenovate! sugere que, se novos negócios forem erguidos com base em práticas sustentáveis, então a necessidade de o capitalismo drenar recursos finitos acabará diminuindo. Tudo depende da nossa capacidade de continuar buscando as “greenovations”.


*Hitendra Patel, autor de “Greenovate! – Companies Innovating to Create a More Sutainable World” e diretor do IXL – Center da Hult International Business School


Fonte: AmanhãNews

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Nova edição traz encarte especial sobre setor de minérios

Mineração e a busca da sustentabilidade

Setor que está presente no cotidiano de todos está em busca da redução de impacto ambiental

Em cada produto ou material comercializado no Brasil, há uma porcentagem dos produtos provenientes da extração de minerais no país. Desde o material que faz parte das paredes das casas, até as tintas que colorem roupas e dão vida as letras dessa revista, os papéis e móveis, passando pelas embalagens e até alimentos. Todos esses produtos contêm minerais em sua composição ou são gerados a partir de minérios, evidenciando a importância da mineração na vida do planeta. Cerca de 80% do que se utiliza nos dias de hoje tem a presença de minerais e isso faz com que o setor seja responsável por uma grande movimentação econômica. Só no Brasil, um terço do PIB vem da mineração, incluindo a questão de comercialização e empregos relacionados à área.

O Brasil, por sua grande extensão territorial, tem um grande potencial na área de mineração. Estados como Minas Gerais, Pará e Bahia são depósitos desses materiais e sustentam as necessidades do Brasil e do exterior na questão de extração de minerais. No Brasil, as grandes quantidades de minérios disponíveis para extração fazem do país um pólo na produção e grande fornecedor de minerais para a indústria mundial.

O Paraná é um estado potencial dentro do setor de mineração. Hoje, de acordo com dados da Mineropar, o estado é o segundo maior produtor de cimento do país, com a maior planta individual do Brasil na área cimenteira. A produção do Paraná hoje tem como destaques a produção do calcário agrícola, da cal, areias, britas, água mineral, argilas para a indústria cerâmica, minerais não metálicos, cimento, ouro, diamantes, pedras semi-preciosas, xisto e carvão. De acordo com Eduardo Salamuni, diretor presidente da Mineropar, “a produção mineral do Paraná atende toda a necessidade do estado, principalmente nas atividades que necessitam de produtos minerais na sua produção. É o caso da produção agrícola. Hoje, a produção de calcário agrícola do Paraná é toda consumida dentro do estado. Isso garante, inclusive, a competitividade de preços dos produtos agrícolas diante a produção de outros estados.”

** A nova edição da Revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL será distribuida na Feira Expominerais entre os dias 25 e 28 de agosto... Faça um visita e apanhe seu exemplar!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ética para as empresas que financiam o processo eleitoral

O Instituto Ethos e a Transparência Internacional lançaram a cartilha Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral - edição 2010. Ao contrário de outros países cujas eleições são, majoritariamente, financiadas por verbas públicas, no Brasil, o financiamento privado pode chegar a 70% de algumas campanhas. E é justamente nesse fato que se esconde a raiz da corrupção brasileira.

Nas eleições estaduais e federais de 2006 e nas municipais de 2008, foram gastos, ao todo, cerca de R$4,6 bilhões. Esse é o valor declarado pelos candidatos e seus comitês financeiros. Do total, cerca de R$800 milhões são provenientes de recursos públicos, repassados pelo Fundo Partidário, o restante vem do setor privado brasileiro.

A realidade é bem diferente em países como Canadá, México, Estados Unidos, Chile e Argentina, em que o financiamento público é de, pelo menos, 25%. Há países em que essa porcentagem chega a 75%. Na Colômbia, desde 2005, é lei que os recursos públicos representem 80% do valor gasto nas campanhas eleitorais. Já no Brasil, as chamadas “campanhas viáveis” chegam a ter 70% de seus recursos provenientes de doações de empresas.

Segundo a cartilha "Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral - edição 2010”, lançada, na última sexta-feira, pelo Instituto Ethos, em parceria com a Transparência Internacional, das 1000 maiores empresas do país, 486 financiam candidatos a cargos públicos e a quantidade de dinheiro doado por cada uma delas varia de R$6 milhões a R$23 milhões. As cem últimas empresas desse grupo contribuem com quantias em torno de R$20 mil. Essa pode ser uma das raízes da corrupção no país.

“As empresas são as maiores responsáveis pelo quadro político que vai surgir, pois elas pagam as campanhas e tem um poder enorme sobre os candidatos eleitos", observa o presidente do Ethos, Oded Grajew. Isso quer dizer que, apesar de ilegal, muitas empresas doam recursos e recebem, em troca, benefícios de seus políticos, o que pode incluir desde privilégios em licitações públicas a resultados favoráveis na votação de certas leis. Atualmente, os setores que mais financiam as campanhas eleitorais são:
- Indústria da Construção Civil (25,4%);
- Bens de Consumo (12,4%);
- Siderurgia e Metalurgia (12,1%) e
- Bancos (8,3%).


“Ao financiar uma campanha política, a empresa precisa levar em conta o interesse público e não seu interesse particular", afirma Oded. Por isso, desde 2002, o Instituto Ethos e a Transparência Internacional lançam, a cada dois anos, alguns meses antes das eleições, a cartilha para orientar as empresas sobre como agir eticamente no processo eleitoral. O material traz uma série de princípios que contemplam não apenas o cumprimento da legislação do país, mas posturas que vão além da lei e compõem o amplo conceito de “responsabilidade social empresarial".




Acesse aqui o documento completo - Cartilha Ethos